postado em 18/12/2008 20:40
O ministro Tarso Genro (Justiça) admitiu nesta quinta-feira que há insatisfeitos entre os policiais federais. Mas o ministrou negou que ocorra um racha na PF (Polícia Federal). Tarso disse ainda que o delegado Protógenes Queiroz, que conduziu a Operação Satiagraha, "não é diabo nem Deus". O policial foi afastado do comando da investigação depois de alguns desentendimentos com setores do governo.
"Não considero Protógenes nem diabo nem Deus", afirmou Tarso, durante depoimento à CPI das Escutas Telefônicas, realizada a portas abertas em uma sala no Ministério da Justiça.
Em julho, a PF desencadeou a Operação Satiagraha, conduzida por Protógenes, que investigou denúncias de lavagem de dinheiro, desvio de verba pública e corrupção. Foram presos políticos, como o ex-prefeito Celso Pitta, e investidores, como o banqueiro Daniel Dantas.
No meio das investigações da Satiagraha, o delegado foi punido com o afastamento do comando da operação. A ação policial foi apontada como espetacular e Tarso condenou a chamada banalização das operações.
À CPI o ministro admitiu ainda que há insatisfeitos entre os policiais federais, mas rechaçou a hipótese de divisão na PF. "A Polícia Federal não está rachada nem está em crise. Há pessoas que não estão contentes, mas em qual corporação não existes descontentes?", disse o ministro.
Tarso disse ainda ter conversado pessoalmente com o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh --advogado contratado pelo grupo do banqueiro Daniel Dantas, principal alvo da Operação Satiagraha.
Greenhalgh teve uma conversa telefônica com o chefe-de-gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, na qual tratava de dados da Satiagraha. O caso foi investigado também pela Comissão de Ética Pública que absolveu Carvalho da suspeita de repasse de dados sigilosos.