postado em 25/12/2008 11:47
Apadrinhado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), aposta que ele cederá à s pressões para ser o candidato peemedebista à Presidência do Senado até fevereiro. ;Muitas vezes, os homens públicos elevados fazem o que não está no seu pensamento, mas o que é de interesse do paÃs;, afirma. Senador licenciado, Lobão avisa, porém, que não fechou as portas para voltar ao Senado e assumir o cargo caso o PMDB assim decida. Mas diz que prefere ficar no ministério.
O ministro recebeu o Correio em seu gabinete na última terça-feira (23/12). Filiado ao PMDB há pouco mais de um ano, Lobão sinaliza a favor de uma aliança com o PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E defende a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto em 2010. ;Eu acho que ela é um quadro extraordinário. É um dos melhores quadros técnicos que temos no paÃs. Para ser ministro, presidente, a pessoa não precisa ser necessariamente polÃtico nem técnico.;
Em janeiro passado, Lobão foi nomeado para o cargo em meio à desconfiança do PT e de Dilma Rousseff. Hoje, sua cadeira transformou-se em peça-chave do governo federal. A pasta comandada por ele é uma das protagonistas na discussão sobre o modelo de exploração das bilionárias reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal.
O senhor assumiu o ministério há quase um ano em meio à desconfiança do PT e de setores do governo, que criticavam sua suposta falta de experiência no setor. Hoje, o senhor virou um dos principais nomes do primeiro escalão do governo. O que ocorreu?
Não sei se havia desconfiança. Posso dizer que estou satisfeitÃssimo com minhas relações com o presidente da República e a ministra Dilma, que é a coordenadora do PAC. Metade do PAC está no meu ministério. Nunca tive o menor desentendimento com a ministra. Não tenho queixa nenhuma dela nem do presidente, que me prestigia a todo o momento. Se havia (desconfiança), não há mais. Desconfio que não havia.
A ministra Dilma não queria mudanças técnicas na pasta. Como o senhor trabalhou com isso?
É preciso ter o senso de administração e humildade. Não vim para destruir o ministério. Vim para construir o que não havia sido construÃdo. Muita coisa boa havia sido feita, e encontrei uma estrutura funcional da melhor qualidade, montada pela Dilma e outros ministros. Não tinha intenção nenhuma de mudar gente que fosse capaz. Mudei algumas poucas peças, sempre para melhor, outras desejaram sair e foram substituÃdas por quadro equivalente. Ela nunca me fez nenhum pedido, imposição ou reclamação. Quando fala comigo sobre assuntos do ministério, é no sentido de ajudar. Não há nenhum atrito. Eu tenho a noção de que devo ter a autonomia para governar o ministério nos limites que o presidente me confere.
O senhor defende a candidatura da ministra Dilma à Presidência da República?
Eu acho que ela é um quadro extraordinário. É um dos melhores quadros técnicos que temos no paÃs. Para ser ministro, presidente, a pessoa não precisa ser necessariamente polÃtico nem técnico. Eu sou polÃtico e estou num ministério técnico e, modéstia à parte, as coisas estão indo bem. Ela é uma técnica que está exercendo uma função polÃtica muito bem. É um quadro que precisa ser aproveitado pelo interesse brasileiro.
Ouça trechos da entrevista
Ministro Edison Lobão explica suas relações com Dilma Rousseff