O resultado das urnas em pelo menos cinco cidades do Entorno do Distrito Federal não encerrou a disputa pelas prefeituras. Pelo menos nos municípios de Alexânia, Cidade Ocidental, Cristalina, Vila Boa e Águas Lindas a briga pela chefia do Executivo prolonga-se na Justiça e pode interferir na definição do comando municipal.
Entre as indefinições, o caso mais grave é o de Alexânia, cidade do interior de Goiás a 90km do centro de Brasília. No município, a candidata Maria Aparecida Gomes (PSDB) ; conhecida como Cida do Gelo ; venceu as eleições mas está com a diplomação suspensa por força de uma liminar expedida pela juíza Adriana Caldas, que alegou compra de votos para impedir a posse da candidata vitoriosa. Segundo a decisão da juíza, a coligação de Cida do Gelo teria distribuído combustível para a realização de uma carreata. A candidata tucana entrou com recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiânia. Mas até ontem a ação não havia sido julgada.
Como a posse dos prefeitos eleitos ocorrerá em 1; de janeiro, há chances de que em Alexânia o segundo colocado nas urnas, Ronaldo Queiroz (PMDB), sente na cadeira do prefeito a partir da semana que vem. Para isso ocorrer, no entanto, a prefeita precisa de um resultado que a favoreça em um dos dois processos que podem reverter sua situação de impedimento: derrubar a liminar que pesa contra ela com um mandado de segurança no TRE ou conseguir nova liminar que casse os direitos do 2; colocado de assumir o cargo de prefeito. A coligação de Cida do Gelo também entrou na Justiça contra o adversário por compra de voto. ;As eleições já passaram, eu ganhei, mas continuo na corrida para garantir o lugar que conquistei nas urnas. Não é fácil, mas sou inocente e estou confiante na Justiça;, diz a prefeita.
Combustível distribuído
A situação do prefeito eleito de Cristalina, Luiz Carlos Attié (DEM), era bem parecida à de Cida do Gelo. Único prefeito vitorioso do Democratas no Entorno, Attié também estava impedido de tomar posse por força de uma liminar. Mas no dia 23, o candidato conseguiu derrubar a decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No processo movido contra Attié, o político é acusado de beneficiar eleitores porque teria distribuído combustível e material de construção no período eleitoral. Apesar de ter conseguido reverter a cassação da diplomação no TSE, o mérito da ação ainda será julgado pelos ministros. Por meio da assessoria, Attié nega as acusações.
Na Cidade Ocidental, o Ministério Público denuncia o prefeito eleito, Alex Batista (PR), de abuso de poder econômico e pediu à Justiça a expedição de liminar para impedir a posse do político. Mas o candidato entrou com recurso e conseguiu neutralizar no TRE de Goiás a sentença de primeira instância. O MP, por sua vez, apelou para o TSE, mas ainda não há desfecho para o caso. ;Mesmo com esse processo, vou assumir a prefeitura com tranqüilidade, porque isso faz parte do jogo político, da democracia. A mesma liberdade que tiveram de me acusar, eu tive de me defender;, considerou Alex.
Mapa das pendências
Em pelo menos cinco cidades do Entorno do DF a situação das prefeituras é incerta em função de ações movidas na Justiça eleitoral que questionam o resultado nas urnas em outubro. Confira os casos:
Vila Boa
A chapa de Abeçolon Ribeiro de Moura (PR), adversária ao prefeito reeleito Dr. Waldir (PT), aguarda o resultado de uma ação que tenta impedir a posse do político vitorioso. O concorrente derrotado acusa o petista de ter participado de inauguração do Centro de Recuperação de Animais Silvestres em Brasília ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante período eleitoral, o que é proibido pela legislação.
Águas Lindas
A eleição de Geraldo Messias (PP) é questionada pelo candidato derrotado do PSB, Hildo do Candango. A chapa preterida entrou com uma ação em que acusa o vitorioso de compra de votos. O processo ainda não foi julgado. Com seis candidaturas, a disputa em Águas Lindas foi uma das mais acirradas do Entorno. O município a 44km de Brasília tem um dos maiores colégios eleitorais da região com 58 mil eleitores
Cidade Ocidental
O Ministério Público denunciou o prefeito Alex Batista (PR) por abuso de poder econômico e pediu à Justiça a expedição de liminar para impedir a posse do político. O candidato, no entanto, ganhou no Tribunal Regional Eleitora de Goiás o direito de tomar posse em 1; de janeiro. Mas o MP entrou com recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aguarda julgamento
Cristalina
O candidato eleito, Luiz Carlos Attié (DEM), conseguiu no dia 23 derrubar no TSE liminar que havia cassado sua diplomação. O mérito da ação que o político responde por suposta compra de voto ainda será julgado pelos ministros. Attié foi o único prefeito do Democratas eleito no
Entorno do DF
Alexânia
É considerado o caso mais complicado do Entorno, já que a prefeita eleita está com a diplomação cassada pela Justiça eleitoral. Cida do Gelo (PSDB) é acusada de compra de votos porque sua coligação teria distribuído combustível durante uma carreata dias antes das eleições. A tucana aguarda a decisão do TRE para saber se vai ser confirmada na chefia do Executivo semana que vem.