postado em 29/12/2008 16:50
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), afastou nesta segunda-feira a hipótese de seu partido recorrer à Justiça para tentar inviabilizar a candidatura do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que pretende se manter mais dois anos no cargo. De acordo com a petista, o ideal é trabalhar por um "clima de conciliação" no Senado.
"O mais importante é termos um clima de conciliação no Senado", disse a senadora, que foi ao Palácio do Planalto participar de uma cerimônia sobre educação. "Mais eficiente do que recorrer ao Judiciário [é trabalhar pelo clima de conciliação]. Nós não gostaríamos de colocar o Senado "sub judice mais uma vez." Para Ideli, o PT colabora com a construção deste clima ao lançar o nome do senador Tião Viana (PT-AC) como candidato à presidência do Senado.
"Quando lançamos o nome do senador Tião Viana [PT-AC], foi um nome escolhido de forma muito cuidadosa porque sabíamos que ele tinha trânsito em todas as bancadas de governo e de oposição para construir um novo patamar de relação no Senado", disse a petista.
No entanto, o nome de Tião sofre resistências principalmente na bancada do PMDB que responde à solidariedade ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan tem restrições pessoais a Tião por considerar que ele trabalhou pelo seu processo de desgaste quando estava no comando do Senado.
Ideli comemorou o fato de integrantes do DEM, como o senador Demóstenes Torres (GO), serem contrários à candidatura de Garibaldi.
"Vimos com muita satisfação que outros partidos se manifestaram contra isso, como foi o caso dos democratas, já que o senador Demóstenes Torres combateu de forma pública no plenário a inviabilidade e inconstitucionalidade da candidatura do senador Garibaldi, como ele foi eleito para último mandato, isso caracteriza uma reeleição dentro da mesma legislatura. O que a Constituição não permite", disse ela.
Durante solenidade hoje, no Planalto, Ideli disse ter conversado sobre a sucessão no Senado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria concordado a respeito da viabilidade da candidatura de Tião.
"Para nós, a candidatura do senador Tião é irreversível e se consolida. Como as palavras que trocamos com o presidente Lula hoje, é uma candidatura que se fortalece", afirmou Ideli.
A eleição para a presidência do Senado e os demais cargos na Mesa Diretora da Casa ocorrerá na primeira semana de fevereiro de 2009.