postado em 29/12/2008 19:55
A nomeação do delegado Paulo Lacerda como adido policial na embaixada do Brasil em Portugal, após sua exoneração da direção geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), foi articulada pelo ministro Tarso Genro (Justiça) e concluída por seu interino Luiz Paulo Barreto. A reportagem apurou que a exoneração de Lacerda foi pedida pelo próprio delegado, que considerava seu retorno à função inviável.
Lacerda tem 60 dias para assumir a nova função em Portugal. No lugar dele na Abin ficará delegado Wilson Roberto Trezza, que substituirá interinamente Lacerda no cargo de diretor-geral.
Em nota, de dois parágrafos, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) informou sobre a saída de Lacerda, sua nomeação para a embaixada e a substituição interina por Trezza.
Interlocutores do governo informaram que além das funções de adido policial em Portugal foram criados também os mesmos postos na França e nos Estados Unidos. Mas os nomes para essas duas funções ainda não foram definidos.
Atualmente o governo do Brasil tem postos de adido policial no Paraguai, na Argentina, na Colômbia, no Uruguai, no Suriname e na Bolívia.
Lacerda está afastado da Abin desde 1° de setembro quando foi envolvido nas suspeitas de realização de escutas telefônicas realizadas para monitorar conversas de autoridades, entre elas o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
A pedido de Mendes, o governo definiu afastar Lacerda e a cúpula da Abin. Para o presidente da Suprema Corte, era fundamental tomar providências sobre o suposto monitoramento de sua rotina de atividades.
Desde que foi afastado da Abin, Lacerda auxilia o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional). A função temporária permitia seu trânsito livre pelo Palácio do Planalto e demais dependências da Presidência da República.