postado em 02/01/2009 21:39
Suspeito de chefiar um esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público na Grande Porto Alegre, o deputado federal e ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha (PMDB-RS) pode ter o sigilo bancário quebrado. O pedido de quebra de sigilo foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, que considerou relevantes os indícios do envolvimento de Padilha com as irregularidades.
Ele é secretário-geral do PMDB do Rio Grande do Sul e um dos caciques nacionais do partido. O pedido é extensivo ao deputado José Otávio Germano (PP-RS), também suspeito de envolvimento no esquema, desmantelado em agosto pela Operação Solidária, da Polícia Federal (PF). Padilha negou as suspeitas levantadas pela PF e disse que não comentará o pedido do Ministério Público (MP) alegando que o processo está sob segredo de Justiça. O advogado dele, Eduardo Ferrão, considerou "normal" a quebra de sigilo e lembrou que o cliente havia posto à disposição do Judiciário todos os dados financeiros. A defesa quer a anulação do inquérito sob a alegação de que Padilha foi alvo de escutas e espionagem ilegais.
Germano também negou a acusação, e o advogado dele, Aristides Junqueira, que foi procurador-geral da República, pediu a exclusão do nome do cliente do processo. De férias no Rio, o relator do caso no STF, ministro Marco Aurélio Mello, confirmou pela assessoria que a quebra de sigilo dos dois parlamentares está entre os pedidos de diligência feitos pelo procurador-geral. Mas disse que só dará um despacho em fevereiro no retorno do recesso judiciário. A operação começou no início de 2008 a partir de denúncias de irregularidades em contratos para construção de rodovias e obras de saneamento, além de superfaturamento em merenda escolar em Canoas e Sapucaia do Sul (RS).