Politica

Oposição monta estratégias para reduzir peso político de Lula e enfrentar Dilma

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postado em 05/01/2009 08:35
O ano de 2009 é de vida ou morte para a oposição. PSDB e DEM avaliam a necessidade de colocar o pé na estrada este ano e encontrar um discurso forte, equilibrado e atrativo para enfrentar a alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrada em recentes pesquisas, e, assim, segurar um eventual crescimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), favorita para disputar a sucessão presidencial pelo PT em 2010. A primeira batalha já começou e se estenderá nas próximas semanas: os recursos do polêmico Fundo Soberano. Com a decisão de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), a oposição mandou o recado de que não deixará por menos a manobra feita pelo governo na semana do Natal ao editar uma medida provisória para garantir os R$ 14,2 bilhões do fundo a fim de reverter a derrota em plenário na sessão do Congresso que votou o Orçamento de 2009. O Supremo analisa a ação no final do recesso judiciário em fevereiro. Os adversários do Planalto sabem que esse dinheiro será fundamental para investimentos estratégicos do governo nos próximos meses, como, por exemplo, em transportes e saúde pública. Oficialmente, o discurso palaciano é o de que o bilionário recurso servirá para enfrentar crises financeiras mundiais, como a que está acontecendo agora. O que a oposição quer evitar, na verdade, é o uso político que poderá não só aumentar a popularidade do presidente Lula, como também alavancar o nome de Dilma. Por isso, a batalha no Congresso será intensa em cima desse assunto. ;Precisamos ter mais eficiência no trabalho legislativo;, diz o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Em relação à crise financeira, aliás, tucanos e democratas buscarão um discurso político equilibrado. De um lado, não querem passar à população à sensação de que torcem para uma catástrofe no país que possa enfraquecer qualquer candidatura apoiada por Lula em 2010. Por outro, pretendem apontar supostos equívocos causados pelo Palácio do Planalto no combate às consequências das dificuldades econômicas que ocorrerão em 2009. Radicalismo Reservadamente, tucanos temem que o discurso radical do DEM atrapalhe os planos de fortalecer no próximo ano um candidato à sucessão do presidente. Não querem aparecer para o eleitor como uma oposição ;anti-Lula;, mas ;pós-Lula;, numa postura que já vem sendo adotada pelos dois presidenciáveis do PSDB, os governadores Aécio Neves (Minas Gerais) e José Serra (São Paulo). Ambos, aliás, sabem que 2009 será fundamental para o futuro político de cada um. Enquanto Aécio já se mostra a favor de prévias dentro do partido, Serra trabalha para tentar uma unanimidade que ainda está muito distante de ser alcançada. Os dois, aliás, pretendem aproveitar o ano para percorrer o país em busca de apoio às suas pretensões presidenciais. Diante desse cenário, o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), avisou que o candidato não sairá de uma reunião reservada da cúpula, mas sim de uma decisão partidária mais ampla. Tucanos e democratas tentarão ainda afinar o discurso depois de algumas faíscas na eleição municipal de 2008, principalmente em São Paulo. O ex-governador Geraldo Alckmin não perdoa a ala do PSDB que o abandonou na disputa eleitoral para apoiar a reeleição de Gilberto Kassab (DEM), nem os democratas que trabalharam para enfraquecê-lo. As feridas da disputa na capital paulista ainda não cicatrizaram. Alckmin se sente abandonado por Serra e já sinalizou que prefere a candidatura de Aécio Neves ao Palácio do Planalto. Ciente disso, o governador de São Paulo, por sua vez, trabalha para garantir a maioria do DEM ao seu lado.

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