Politica

Oposição consegue pequena reabilitação com posse de suplentes na Câmara nesta terça

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postado em 05/01/2009 08:42
A posse de 20 suplentes marcada para amanhã tem como resultado um ganho para a oposição. Com a entrada dos reservas, beneficiados pela saída de parlamentares que assumiram as prefeituras ou secretariados das administrações municipais, o DEM cresceu em duas cadeiras ; na mesma proporção que encolheu a bancada de aliados do Palácio do Planalto. O aumento, mesmo que pequeno em relação ao total de 513 políticos no Congresso, pode ser encarado como uma reabilitação dos adversários governistas. Nos últimos dois anos, segundo levantamento do Correio, as bancadas DEM, do PSDB e do PPS na Câmara encolheram 16% desde a eleição geral. As substituições, assim, favorecem os oposicionistas, que tentam antecipar o debate sobre a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas eleições de outubro de 2008, apenas 18,9% dos 95 congressistas que se candidataram saíram vitoriosos das urnas. Agora, o DEM terá uma bancada de 57 deputados após perder o deputado Silvinho Peccioli, que assumiu a prefeitura de Santana do Parnaíba (SP), abrindo espaço para o suplente Geraldo Tenuta Filho (DEM-SP). Os democratas também terão Jairo Ataíde Vieira (MG), que entra no lugar de Custódio Mattos (PSDB), eleito prefeito de Juiz de Fora, e Jairo Carneiro (DEM-BA), que assume a vaga de Jusmari Oliveira (PR-BA). A saída de Jusmari, filiada a um partido da base aliada, é a primeira mudança que beneficia a oposição. A segunda é a saída de Djalma Berger (PSB), eleito prefeito de São José, município da grande Florianópolis, para a entrada do suplente Paulo Roberto Bauer, do PSDB. Se, no caso de Berger, o PSB perdeu, em outra troca acabou ganhando. Com a saída de Neucimar Fraga (PR), novo prefeito de Vila Velha (ES), entrará Lucínio Castelo (PSB-ES). O PR, aliás, será um dos partidos da base que diminuirá na Câmara. Perderá duas cadeiras. O partido elegeu três deputados nas eleições municipais do ano passado e apenas um suplente da legenda assumirá um cargo no Congresso, Paulo Cesar da Guia Almeida (PR-RJ). Outros aliados do governo, como PCdoB, PSB e PP, perderão um deputado. Os comunistas, por exemplo, elegeram o ex-líder da bancada Renildo Calheiros como prefeito de Olinda (PE), que abriu espaço para um petista, Fernando Antonio do Nascimento (PE). Com a eleição de Reinaldo Nogueira (PDT-SP) prefeito de Indaiatuba (SP), entra em seu lugar um deputado investigado pela CPI dos Correios, João Herrmann Neto (PDT-SP). Ele foi acusado de ter recebido R$ 79 mil da Beta Express, empresa contratada pelos Correios para transportar correspondências. O PT elegeu quatro prefeitos e ganhou quatro deputados na dança de cadeiras, mas começará o ano com uma bancada menor de 79 deputados. O partido perde Jorge Bittar (PT-RJ), que assumiu o secretariado de Eduardo Paes (PMDB), no Rio de Janeiro. No seu lugar entra Glauber Braga (PSB). O PMDB ganhou mais uma cadeira, chegando a 95. Os peemedebistas elegeram dois prefeitos e ganharão três novos parlamentares, um deles, inclusive, não é suplente, mas titular. O deputado Osmar Terra (PMDB-RS), que estava licenciado, retoma a vaga de Cezar Schirmer (PMDB), que era suplente e foi eleito prefeito de Santa Maria (RS). O secretariado de Eduardo Paes também absorve um peemedebista: Leonardo Picciani assume a pasta de Habitação, abrindo espaço para o correligionário Paulo Rattes. Além do PMDB, o único partido da base a crescer é o PTB. Ele elegeu Frank Aguiar como vice-prefeito de São Bernardo do Campo e ganhará três suplentes: Benedito Alves Ferreira (SP), Antonio Carlos Ramos (AL) e Elizeu Aguiar (PI). No Senado, o jogo fica inalterado, porque nenhum dos três senadores que concorreu nas eleições de outubro venceu o pleito. Fidelidade O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), afirma que, apesar de ganhar duas cadeiras, a correlação de forças entre governo e oposição não muda com os novos parlamentares. O líder tucano acredita que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de março de 2007, de cassar parlamentares que trocarem de partido após as eleições brecou a migração para legendas da base aliada. ;A fidelidade partidária travou muito esse processo;, declarou. Segundo o líder, o ex-deputado e agora prefeito de São José (SC) Djalma Berger foi um dos sete casos na atual legislatura de parlamentares que deixaram o PSDB em direção à base aliada. Ainda assim, José Aníbal vê outros três fatores que favorecem a permanência de deputados nos partidos adversários do Planalto: o que ele considera como uma oposição mais propositiva na Câmara, o final do governo e, por último, uma candidatura forte de oposição, caso do governador paulista, José Serra (PSDB). ;O mandato de Lula está no final e a oposição está mais ativa no jogo político;, sustentou.

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