Politica

Arruda consegue apoio de partidos que compuseram outras chapas na eleição de 2006

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postado em 05/01/2009 09:12
Em dois anos de mandato, José Roberto Arruda (DEM) conseguiu construir uma ampla base de sustentação para administrar o Distrito Federal com um núcleo restrito de adversários. A conquista do apoio de partidos que compuseram outras chapas na eleição de 2006 tornou-se uma meta, alcançada com sucesso. Entre as principais siglas com representação na Câmara Legislativa e no Congresso, apenas PT, PCdoB e PSol não estão alinhados com o governo ou indicaram nomes para a atual gestão. Na lista dos partidos simpáticos ao comando do GDF, está até mesmo o PSDB, da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, segunda colocada na última eleição. A legenda é presidida no DF pelo secretário de Obras, Márcio Machado, pessoa da confiança de Arruda. Pouco antes do Natal, o governador conseguiu um grande passo para fechar o apoio oficial do PMDB à sua administração. Depois de uma reunião na residência oficial de Águas Claras, o presidente regional da legenda, deputado federal Tadeu Filippelli, virou o interlocutor oficial dos peemedebistas com o governo Arruda. Como resposta à boa vontade do antigo adversário político em abrir o diálogo, o chefe do Executivo local decidiu mexer na diretoria da Novacap, conforme noticiou o Correio na semana passada. Empresários e técnicos do círculo próximo de Filippelli serão indicados para comandar o órgão. Uma reunião marcada para hoje no Conselho de Administração da empresa deve sacramentar as mudanças. A chapa encabeçada por Arlete Sampaio (PT) ao Buriti também perdeu companheiros. O PV, que indicou o vice da petista, Gastão Ramos, passou a integrar no final do ano passado a base do governo, com a nomeação do presidente regional da legenda, Eduardo Brandão, para a subsecretaria de Meio Ambiente. O acordo foi costurado por Arruda com o líder do PV na Câmara dos Deputados, Zequinha Sarney (MA). O PSB, que também integrou a chapa de Arlete, já analisou vários convites para ingressar no governo e hoje adota uma postura de colaboração. O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), principal líder do partido no DF, mantém um bom diálogo com o governador Arruda e, inclusive, foi designado uma espécie de padrinho informal do Projeto Orla. No fim do ano, a relação ficou abalada por conta das críticas de Rollemberg ao Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). Mas o único deputado distrital do PSB, Rogério Ulysses, integra a base de sustentação do Executivo na Câmara Legislativa e votou a favor do projeto. Ele também indicou um aliado, Josino Alves de Castro, para a administração regional de São Sebastião. O PDT, presidido no DF pelo senador Cristovam Buarque também tem indicações. É o caso, por exemplo, do secretário-adjunto de Trabalho, Israel Batista. Entre pedetistas, Arruda tem grandes aliados, como o ex-secretário de Justiça e Cidadania Peniel Pacheco e o secretário do Ministério do Trabalho Ezequiel Nascimento. Comandado pelo senador Gim Argello em Brasília, o PTB é outro partido que não apoiou Arruda em 2006, mas cresceu na administração local. Braço-direito do senador, o advogado Paulo Goyaz virou subsecretário da Casa Civil e Marcus Vinícius Viana tornou-se diretor da Terracap. Recados Presidente do PR, o deputado Jofran Frejat (DF) se considera independente, embora os dois deputados distritais do partido, Wilson Lima e Bispo Renato, sejam fiéis aliados de Arruda. Na avaliação de Frejat, o governador conseguiu uma ampla frente de aliados que deverá influenciar as composições para 2010. ;O governador Arruda tem um arco-íris de partidos aliados;, analisa. ;Fica difícil para quem está no governo agora romper na véspera da eleição para apoiar uma chapa adversária. O eleitor não entende isso. Não é o meu caso porque não tenho nenhum cargo no atual governo;, acrescenta. Nessa estratégia de conquistas, Arruda mandou até mesmo recados para o PCdoB. Abriria espaço para abrigar o partido. A executiva regional chegou a fazer uma reunião em dezembro para discutir o assunto, mas acabou optando pela oposição. ;Não teria lógica. Não temos nada a ver com o governo Arruda;, explica o presidente regional do partido, Apolinário Rebelo.

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