postado em 07/01/2009 19:04
O secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Aod Cunha de Moraes Júnior, deixou hoje o governo de Yeda Crusius (PSDB). Mesmo que já fosse comentada nos salões do Palácio Piratini, a decisão surpreendeu a opinião pública do Estado. O anúncio da saída de Aod foi feito pela própria governadora, em solenidade para a qual foram convidados todos os secretários e a imprensa. Empresários e dirigentes de partidos aliados da administração lamentaram. Sindicalistas criticaram a manutenção da política econômica. O secretário-adjunto Ricardo Englert assumirá a pasta interinamente, com boas possibilidades de virar titular.
A surpresa decorre da posição ocupada por Aod no governo gaúcho. O secretário era considerado o braço direito de governadora e o símbolo da atual gestão por ter conduzido o ajuste fiscal que levou o Estado a sair de um déficit orçamentário de R$ 2,4 bilhões no final de 2006 para o equilíbrio no final de 2008, mediante corte de despesas e aumento de receitas, segundo informações do próprio governo.
Yeda revelou que mantinha um acordo com o secretário para que ele permanecesse até conseguir zerar o déficit orçamentário. Atingida a meta, ela se sentiu na obrigação de liberá-lo para projetos pessoais. Aod confirmou que tem convites para trabalhar no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI) e para desenvolver projetos nas universidades de Harvard e Colúmbia. Nos bastidores, comenta-se ainda que ele vá passar uma temporada em uma dessas instituições para depois engajar-se na elaboração do programa de governo e na campanha do PSDB para a presidência da República, com possibilidades de participar de um novo governo federal tucano, se o partido vencer a eleição de 2010.
Na mesma cerimônia, Yeda também confirmou a nomeação de José Carlos Breda para a secretaria de Obras Públicas, no lugar de Coffy Rodrigues, que voltou à Assembleia Legislativa. As duas alterações elevam o número de trocas feitas no primeiro escalão de Yeda para 17, média de uma a cada 42 dias.