Politica

Vereadores caros no Entorno do Distrito Federal

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postado em 11/01/2009 08:44
A despesa das câmaras municipais do Entorno neste ano pode chegar a R$ 37,3 milhões, de acordo com levantamento do Correio. Esse é o valor previsto para ser desembolsado pelas 22 prefeituras para manter a estrutura do Legislativo nas cidades, que reúnem um total de 212 vereadores. Luziânia, maior município do Entorno, com 196 mil habitantes e 13 vereadores, tem o custo mais elevado: a previsão é de uma despesa de R$6,49 milhões. Para o vereador Pedro Leite (PMDB), de Luziânia, o valor não é alto. ;Se você visitar as outras cidades do Entorno, vai ver que a nossa câmara é uma das melhores;, afirma. O plenário tem bancadas suficientes para abrigar até 21 representantes. Apesar da boa estrutura, o espaço não é utilizado com muita frequência ;- os 13 vereadores participam de seis sessões por mês, sempre às terças e quintas-feiras. Por isso, a Câmara muitas vezes cede o lugar para eventos como formatura ou eleição de diretórios. É uma das poucas ocasiões em que o auditório fica lotado. A visita de grupos escolares para conhecer o funcionamento do Legislativo e a sessão solene para celebrar o aniversário da cidade também garantem maior ocupação do lugar, com capacidade para 232 pessoas. Segundo o presidente da Câmara de Luziânia, Gastão Leite (PSDB), a Casa não gasta todo o valor repassado pela prefeitura. No ano passado, o excedente de R$1,5 milhão foi investido na construção do Hospital Regional Jardim Ingá. Moradores da cidade têm críticas. ;É dinheiro demais da conta. Pelo dinheirão que eles ganham, é pouco serviço;, afirma a diarista Maria Lucilene de Moura, 40 anos. Para ela, a remuneração dos vereadores e os gastos da câmara não equivalem às melhorias realizadas pelo Legislativo no município. Em Mimoso de Goiás, município goiano com menor orçamento do Entorno, a opinião das aposentadas Ana Pereira Santana, 62, e Maria da Natividade Farias, 74, também não é favorável à câmara. ;Nós não sabemos nem dizer o que sai daí;, disse Ana, que mora quase em frente à sede do Legislativo. ;A comunidade é muito carente e muitos não têm condições de ter um bom emprego;, completa a amiga. Apesar da aparente economia, Mimoso é a cidade com a câmara mais cara em proporção ao número de habitantes (veja quadro). Para o vereador Aniel Pereira de Souza (PMDB), os investimentos na câmara poderiam ser maiores, já que a Casa não tem sede própria, gabinetes para os nove vereadores nem carro para os serviços da casa. ;Quando o vereador precisa viajar, geralmente usa carro próprio ou vai de ônibus;, afirma. E as viagens são constantes, já que Mimoso não tem fórum e a conta da Câmara fica numa agência em Padre Bernardo, distante 20 quilômetros do município. Vila Boa vive uma situação semelhante. O município, com pouco mais de 4 mil habitantes, recorre à vizinha Formosa quando precisa utilizar o serviço de um cartório ou acessar a conta da câmara. A sede do Legislativo não tem gabinete nem carro para os representantes. ;A única coisa que o vereador tem é o salário e com isso a gente tem que se virar nos 30;, lamenta Robson Pereira Passos (PSB), presidente da câmara. O preço das câmaras Cidade - Orçamento* - Custo/vereador * - Custo/habitante** Luziânia 6.490 499 33,1 Unaí 4.210 421 56,5 Formosa 3.000 309 34,3 Cristalina 2.820 313 77 Águas Lindas de Goiás 2.460 240 20 Valparaíso de Goiás 2.400 218 20,9 Novo Gama 1.920 192 22,9 Planaltina de Goiás 1.870 187 24,55. Santo Antônio do Descoberto 1.770 177 31,9 Cidade Ocidental 1.420 142 29,3 Alexânia 1.320 146 65,8 Buritis 1.250 138 58,1 Padre Bernardo 990 109 38,1 Pirenópolis 876 97 42,8 Cocalzinho de Goiás 744 82 50,3 Abadiânia 684 76 54,1 Cabeceira Grande 624 69 99,1 Cabeceiras 540 60 81,6 Água Fria de Goiás 480 53 95,8 Corumbá de Goiás 420 46 45,7 Vila Boa 384 42 91,4 Mimoso de Goiás 360 40 126,9 * Em mil (R$) ** Em R$

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