Politica

Aldo reúne coordenação de campanha para tratar de assédio do Planalto ao bloquinho

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postado em 12/01/2009 15:50
Decidido a manter-se na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) agendou para esta terça-feira reunião com a coordenação de campanha para traçar uma estratégia de contra-ataque ao assédio de interlocutores do Palácio do Planalto aos seus aliados. A tendência é evitar críticas ao governo federal, mas mirar os ataques ao PMDB. A líder do PC do B na Câmara, Jô Moraes (MG), disse que ter um único partido, no caso o PMDB, nos comandos da Câmara e do Senado não favorece a democracia. "Isso não seria bom para a dinâmica política porque daria poder de fogo demais a um partido só", afirmou a líder. "O Senado e a Câmara dirigidos por um único partido só ocorreu no período da redemocratização.". Jô Moraes questionou ainda as razões que levam interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a pressionar pelo esvaziamento da candidatura de Aldo --que havia recebido o apoio dos partidos que integram o bloco de esquerda: PC do B, PSB, PDT, PMN, entre outros. "Por que o Palácio do Planalto seria favorável a uma eleição do tipo WO [quando há vitória em decorrência da ausência de adversários]? A discussão que deve ocorrer é a quem isso favorece?", questionou a deputada, referindo-se ao fato de o ministro Carlos Lupi (Trabalho) ter atuado para que o PDT abandone o apoio a Aldo. Nos últimos dias, o PDT sinalizou que deixará o apoio à candidatura de Aldo em favor do deputado Michel Temer (PMDB-SP), que já conta com 12 partidos na sua base de apoio e do Planalto. Representantes do PSB informaram também que são procurados para trocar o apoio a Aldo pelo peemedebista. Como o PC do B faz parte da base aliada do governo federal, os integrantes da legenda atuam no esforço de não criticar as intervenções do Planalto na eleição da Câmara. Mas demonstram que não pretendem ser tão condescendentes com os adversários, mesmo sendo aliados de Lula. "Um candidato do bloquinho [o bloco de esquerda] ajuda o governo, uma vez que conta com o apoio de partidos que estiveram com o presidente Lula durante todo seu governo", disse Jô Moraes. Na Câmara, além de Aldo e Temer, lançaram suas candidaturas os deputados Ciro Nogueira (PP-PI) e Osmar Serraglio (PMDB-PR). Tanto Aldo como Temer já presidiram a Casa, sendo que o primeiro comandou a Câmara no período em que a Casa julgava os processos de cassação referentes aos denunciados de envolvimento com o mensalão --um dos maiores escândalos políticos do governo Lula. No Senado, a disputa pela presidência da Casa por enquanto envolve os nomes do atual presidente, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que tenta a reeleição, e do senador Tião Viana (PT-AC). Mas interlocutores do governo afirmam que o favorito na disputa será o senador José Sarney (PMDB-AP), que se reunirá com Lula para tratar sobre o assunto.

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