Politica

UnB lidera gastos de universidades com cartões coorporativos

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postado em 14/01/2009 20:58
A Universidade de Brasília (UnB) tem mais dinheiro para gastar. É isso o que alega a instituição para justificar a liderança nos gastos com cartões coorporativos frente as demais universidades brasileiras. Além dos R$ 600 milhões que a universidade recebe por ano do governo federal, a instituição alega que possui uma captação própria de recursos de R$ 320 milhões, quantia que é investida basicamente em pesquisas, um dos grandes destaques da instituição. "Com a captação própria de R$ 320 milhões por ano podemos jogar muito mais (dinheiro) em pesquisa do que as outras universidades. Por causa disso, o nosso uso é maior", afirmou Pedro Murrieta, decano de Administração e Finanças da UnB. O uso dos cartões pela universidade foi mais uma vez colocado em discussão após divulgação de dados do Portal da Transparência (), em que a UnB se mantém no topo dos gastos com recurso. O segundo lugar entre as instituições pertence à Universidade de Santa Maria, que gastou menos de um terço da UnB (R$ 288 mil). Contrariando a tendência verificada em outras universidades federais após o escândalo das despesas com cartões do governo, que ocorreu há um ano, a UnB gastou, de janeiro a novembro de 2008, R$ 974,4 mil com cartões coorporativos. O valor representa 20% de todo o gasto do Ministério da Educação (MEC) no mesmo período, R$ 4,8 milhões. Já o gasto de todo o governo, em 2008, foi de R$ 55,2 milhões. De acordo com Murrieta, as pesquisas desenvolvidas pela universidade são as responsáveis por grande parte dos gastos realizados com os cartões, que se tornam um meio de pagamento mais prático para os professores e ao mesmo tempo possibilitam maior controle dos recursos. "O uso de cartões não é necessariamente ruim. Ao contrário, quase sempre significa um aumento no controle dos gastos", destacou o decano. Para Murrieta, o maior uso de recursos pela universidade não significa necessariamente um uso irregular. Ele também afirmou que a UnB tem um esquematizado sistema de controle dos gastos feitos com os cartões, exigindo comprovantes como, por exemplo, notas fiscais. "Nosso controle é muito rigoroso e o fato de o nosso uso ser maior que o de outras instituições não tem mal algum", avaliou. O órgão da UnB que mais gastou em 2008 foi a Fundação Universidade de Brasília (FUB), foram R$ 784.699 gastos em mais de 194 cartões, com despesas diversas. Em outro órgão da instituição, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, em apenas um dos cartões há sete gastos em uma única panificadora da cidade totalizando R$ 1.503,23 em compras. No mesmo cartão há mais de R$ 200 gastos com floricultura. Ranking De acordo com dados divulgados no portal da Transparência Brasil, as universidades que mais gastaram em 2007 foram a UnB, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) a Universidade Federal do Piauí e a de São Paulo (Unifesp), respectivamente. De 2007 para 2008 a Unifesp reduziu os gastos com cartão de mais de R$ 322 mil para R$ 6 mil, a UFPR também reduziu os gastos em mais de 50%, de R$ 553 mil para R$ 203 mil. Já a UnB manteve o ritmo, uma vez que gastou R$ 1,2 milhão com os cartões em 2007. Há um ano, a crise dos gastos irregulares com cartões que levou à demissão da então ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) e motivou a criação de regras que visavam disciplinar o uso dos cartões. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense desta quinta-feira (15/01/2009)

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