postado em 15/01/2009 19:14
O empresário Marcos Valério deixou o presídio em Tremembé (147 km de São Paulo) nesta quinta-feira por volta das 18h. O advogado Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, afirmou que seu cliente passa a noite em São Paulo e deve retornar para Belo Horizonte apenas na manhã desta sexta-feira (16). Mais cedo, ele havia afirmado que Valério deveria deixar o presídio apenas amanhã.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, concedeu ontem liberdade ao empresário e para seu sócio, Rogério Tolentino.
Valério foi preso em outubro de 2008 pela Polícia Federal sob suspeita de "encomendar" um inquérito policial falso para prejudicar dois fiscais da Fazenda paulista e beneficiar a cervejaria de um amigo seu. "Sempre demora uns dois dias. O Supremo tem que avisar o Tribunal, a Vara, e depois Tremembé", explicou a defesa.
Valério entrou com pedido de extensão da liminar concedida por Mendes anteontem em favor do advogado Ildeu da Cunha Pereira Sobrinho e dos policiais federais Antônio Vieira Silva Hadano e Fábio Tadeu dos Santos Gatto. Todos eles foram presos na mesma operação que deteve o empresário.
O pedido de liberdade foi feito ontem após a Primeira Turma do TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3¦ Região negar o habeas corpus solicitado por Valério. O benefício da liberdade também foi estendido ao agente da Polícia Federal Daniel Ruiz Balde, a Paulo Endo e Francisco Pellicel. Esquema.
Segundo a PF, o grupo comandado por Valério foi dividido em três núcleos distintos, mas interligados: o primeiro grupo, através de contatos em órgãos públicos (Polícia Civil e Federal, Receita Federal e Estadual), é suspeito de obter informações privilegiadas sobre determinados empresários que apresentavam problemas junto ao fisco e com base nesses dados, praticariam extorsão, exigindo valores em troca de possível solução.
O segundo grupo atuaria em fraudes fiscais visando praticar importações ilegais por meio de empresas de fachada, contando com a ação de despachantes aduaneiros junto ao Porto de Santos. O terceiro grupo, de acordo com a Polícia Federal, teria sido identificado no momento em que uma empresa que havia sido autuada pela Receita Estadual em mais de R$ 100 milhões, teria se utilizado, como tática de defesa, da desmoralização dos fiscais responsáveis pela autuação através da instauração de inquérito policial com base em fatos inverídicos.