postado em 16/01/2009 20:34
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) marcou para a semana que vem um grande evento em que vai comemorar os seus 25 anos de história. A festa está marcada para acontecer no sábado (24/01) em Sarandi, no interior do Rio Grande do Sul.
Apesar de não ter um dia oficial de sua fundação, a data lembra o primeiro encontro nacional do movimento, ocorrido entre os 20 e 22 de janeiro de 1984, em Cascavel, no Paraná.
Na ocasião, o encontro reuniu 80 trabalhadores rurais que ajudaram a organizar ocupações de terra em 12 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pará, Goiás, Rondônia, Acre e Roraima, além de representantes de entidades que apoiavam o movimento, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) Vinte e cinco anos depois, um encontro semelhante foi marcado para acontecer entre os dias 20 e 24 de janeiro.
A expectativa dos organizadores é reunir 1.500 integrantes do movimento. Ainda segundo os organizadores, está prevista a presença de representantes de entidades e movimentos da sociedade civil, estudantes, autoridades, artistas, personalidades nacionais e internacionais durante o evento. A proposta é fazer um balanço da luta pela terra, da situação da Reforma Agrária e da agricultura ao longo desse período que o movimento atuou.
Símbolo
O encontro e a festa estão marcados para acontecer no assentamento da fazenda Anonni, considerado, pelo MST, um dos símbolos de seu surgimento. Na década de 60, a área pertencia ao complexo da fazenda Sarandi, desapropriada pelo então governador Leonel Brizola para fins de reforma agrária. No entanto, a desapropriação do complexo foi interrompida e suspensa definitivamente com o golpe militar em 1964.
Em 1979, trabalhadores sem terras retomaram as manifestações e ocuparam duas glebas do complexo da fazenda. Entre os participantes do encontro nacional que fundou o MST, em 1984, muitos eram originários destas ocupações.
Números
De acordo com os coordenadores do movimento, o MST conseguiu assentar 370 mil famílias por meio das ocupações de terras nestes 25 anos. Atualmente, mais de 100 mil famílias estão acampadas em 24 estados. O movimento afirma que obteve 2.000 escolas públicas em acampamentos e assentamentos, possibilitando o acesso à educação a mais de 160 mil crianças e adolescentes.
As escolas também ajudaram na alfabetização de 50 mil adultos e jovens e formou mais de 4.000 professores. Segundo o MST, mais de 400 associações e cooperativas em assentamentos foram criadas no período. Há ainda 96 agroindústrias, que ajudam na renda e nas condições do trabalho no campo e produzem alimentos que são vendidos nas cidades.