postado em 18/01/2009 10:10
Representante da menor unidade da Federação, a bancada de deputados e senadores do Distrito Federal conseguiu conquistar espaço no Congresso Nacional nos dois primeiros anos desta legislatura. Houve participações em comissões importantes, atuações em lideranças partidárias e aproximação com o poder. Um dos principais projetos que virou lei é o que estabelece o piso salarial de R$ 950 a todos os professores da educação básica com jornada de trabalho de 40 horas semanais, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT). A medida beneficia 800 mil docentes até o ano que vem.
A aprovação de um projeto, de iniciativa do Judiciário local, com ajuda de toda a bancada do Distrito Federal, teve impacto na capital do país. Trata-se da organização judiciária do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), que garantiu a criação de diversas varas para ampliação do atendimento ao cidadão, além de abertura de 3 mil vagas para concursados. A matéria tramitava havia quatro anos no Congresso e saiu do papel graças à atuação de parlamentares, como o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB), Geraldo Magela (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB). ;A melhor forma de trabalhar pelo Distrito Federal é ajudando a trazer recursos públicos e aprovar projetos de interesse local;, avalia Rollemberg.
Parlamentares de Brasília também conseguiram destaque na restrita zona de influência no Congresso. No fim do ano passado, Rollemberg foi eleito por unanimidade líder do PSB. Filippelli é o vice-líder do PMDB, conseguiu emplacar protegidos na direção da Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil e agora trabalha para presidir a mais importante comissão da Câmara, a de Constituição e Justiça (CCJ). Depois de um início conturbado, quando herdou o mandato em agosto de 2007 com a renúncia de Joaquim Roriz, o senador Gim Argello (PTB) cresceu politicamente.
Ascensão
De deputado distrital e suplente, o petebista virou vice-líder do governo no Senado, estreitou as relações com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Neste ano, vai liderar o PTB. Outro suplente que assumiu o mandato, o senador Adelmir Santana (DEM) também tem ampliado sua influência. Em dezembro, ele se re-elegeu, para um mandato de mais dois anos à presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae.
Na Câmara, houve destaques. O deputado Jofran Frejat (PR) presidiu no ano passado a Comissão de Seguridade Social. ;É uma das comissões mais importantes da Casa, por onde passam assuntos relevantes ligados principalmente à Previdência Social;, disse Frejat. ;Aprovar projetos se torna cada dia mais difícil porque a pauta da Câmara é muito tomada por medidas provisórias;, analisa o deputado do PR. O deputado Laerte Bessa (PMDB) integrou a CPI das Escutas Telefônicas. Membro da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, Osório Adriano (DEM) teve como principal trabalho a apresentação de um substitutivo relacionado a restrições para a propaganda voltada ao público infantil.
Durante o período que passou na Câmara, Robson Rodovalho (DEM-DF), secretário de Trabalho do GDF, integrou a Frente da Família, uma bancada de parlamentares evangélicos com posições rígidas em relações a temas como o aborto. Rodovalho se junta a dois deputados, Alberto Fraga (DEM) e Augusto Carvalho (PPS), que optaram pela licença para exercer funções no Executivo, respectivamente como secretários de Transportes e de Saúde. ;Temos muito trabalho no governo. Já aprovei muitos projetos no Congresso, mas acho que tenho a contribuir no Executivo, com a possibilidade de voltar ao mandato sempre que algum assunto importante entra em pauta;, diz Fraga.
Coordenador da bancada em 2008, Magela trabalhou para manter o volume de recursos previstos no Orçamento de 2009 em emendas coletivas no mesmo patamar do ano anterior, apesar da crise internacional. A previsão é de destinação de R$ 215 milhões neste ano. Em 2008, o montante foi de R$ 200 milhões, dos quais metade foi liberado.