postado em 19/01/2009 20:40
Cinco anos após a primeira viagem como chefe de Estado à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá retornar ao país asiático. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Yang Jiechi, esteve hoje (19) com o presidente da República em Brasília e também se reuniu no Itamaraty com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
As chancelarias do Brasil e da China trataram da possibilidade da viagem de Lula, que deverá ser acompanhado de uma comitiva de empresários, ainda neste semestre. Também está prevista, nos próximos meses, a visita do vice-presidente Xi Jinping ao Brasil.
De acordo Amorim, ;a China é vista com um misto de terror e fascínio, nós queremos dar mais ênfase no fascínio;. Para o ministro, a visita do ministro chinês marca ;um novo impulso político; na relação entre os dois países, ;que culminará na viagem do presidente do Brasil à China;. O chancer disse, ainda, que os dois países querem estabelecer um plano de trabalho que envolva cooperação econômica e na área de ciência e tecnologia.
Os dois ministros também trataram da importância ;de manter o comércio equilibrado, procurando ver quais são as oportunidades;. ;Não se trata de estabelecer mecanismos rígidos, se trata de criar as oportunidades, mas também sabermos vender bem os nossos produtos e as oportunidades de investimentos no Brasil;, explicou o chanceler brasileiro.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, poderá contar com recursos do China Development Bank. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, estuda a possibilidade de captar dinheiro da China e de outros países para financiar investimentos no Brasil. O dinheiro chinês poderá ser captado por meio da emissão de títulos ou mesmo pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na semana passada, a China tornou-se sócia do banco multilateral.
;A presença aqui do banco de desenvolvimento chinês é muito positiva porque ela vai permitir descobrir áreas em que pode haver interesse de empresas chinesas investir no Brasil. Creio que também poderá ser muito útil para desenvolvimento em infra-estrutura;, observou Amorim, assinalando que o investimento em infra-estrutura poderá reduzir custos de produtos comprados pela China no Brasil.
O chanceler brasileiro conversou com o ministro chinês sobre o andamento de acordos sanitários para exportação de carne e frango e sobre a possibilidade da China investir na produção de óleo de soja e de etanol. ;A China tem que mudar a sua matriz energética e, para isso, vai precisar de energia limpa. O etanol é uma fonte boa, eles podem comprar o etanol e podem até investir aqui, nós estamos abertos a inversões;, disse.
O ministro Yang Jiech afirmou que a China tem interesse em aumentar o intercâmbio com o Brasil, inclusive as importações. Em 2008, o Brasil importou mais de US$ 20 bilhões da China e exportou US$ 16,4 bilhões. O Brasil recebeu um terço dos US$ 50 bilhões investidos pela China na América Latina e Caribe no ano passado.