Politica

Em reunião com Lula, Sarney deixa explícito desejo de disputar a Presidência do Senado

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postado em 20/01/2009 08:40
O senador José Sarney (PMDB-AP) disse ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está disposto a disputar a Presidência do Senado na eleição marcada para 2 de fevereiro. O parlamentar foi claro: se a bancada do PMDB pedir, ele vai para a briga contra Tião Viana (AC), candidato lançado pelo PT. Sarney falou isso ciente de que os senadores peemedebistas querem sua candidatura. Foi o argumento usado por ele para justificar o que vinha negando a Lula: a possibilidade de disputar o cargo. Foi a primeira vez que admitiu a candidatura ao presidente da República. Numa longa conversa, Lula informou a Sarney que não pretende pedir para o petista recuar e o avisou da possibilidade de manter-se neutro caso os dois disputem o comando do Senado. ;Agora, o governo tem um cenário para trabalhar;, diz um ministro palaciano. A partir de hoje, o Palácio do Planalto começa a definir sua estratégia. A candidatura de Sarney incomoda Lula, que já havia manifestado apoio a Tião Viana, depois de ouvir o ex-presidente da República repetir que não queria o cargo. O cenário é o que o presidente queria evitar: disputa no voto entre dois nomes da base governista. ;Não vejo possibilidade de o senador Tião retirar a candidatura;, diz o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. ;Agora temos que trabalhar para impedir que haja prejuízo à candidatura de Michel Temer na Câmara;, ressalta Múcio. O medo do governo é que uma eventual derrota de Tião provoque uma rebelião contra a candidatura de Michel Temer (SP) na Câmara. Presidente do PMDB, Temer é o preferido de Lula. Garibaldi Antes do encontro com Lula, Sarney telefonou para o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Na conversa, admitiu ao senador potiguar, também pela primeira vez, que está disposto a assumir a candidatura. Candidato à reeleição, Garibaldi avisou que aceitará sair da briga, mas pediu alguns dias. Ele gostaria de anunciar o recuo numa reunião da própria bancada. Seria uma saída honrosa para não transparecer que foi atropelado por Sarney. Como recompensa, Garibaldi negocia a Presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal do Senado. O atraso dessas negociações pode levar a candidatura de Sarney a ser lançada somente na semana que vem, num encontro dos senadores do PMDB. Na manhã de ontem, Tião Viana esteve no Palácio do Planalto. O candidato do PT conversou com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. Ouviu dele o que o presidente diria mais tarde a Sarney: se depender do Palácio do Planalto, o petista pode seguir em frente. O encontro animou o senador, que à tarde recebeu a garantia de voto do único parlamentar do PSol, José Nery (PA). Ao apoiá-lo, Nery justificou a preferência em nome da ;renovação do Senado;.

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