postado em 20/01/2009 08:56
O presidente regional do PMDB, deputado Tadeu Filippelli, reuniu ontem parlamentares de seu partido e potenciais candidatos nas próximas eleições para uma análise sobre o quadro político da legenda depois da aproximação oficial com o governador José Roberto Arruda (DEM). A avaliação do cenário é de que perto do Executivo local os peemedebistas terão mais chance de crescer politicamente para buscar um espaço maior em 2010.
Filippelli deixou claro aos peemedebistas que trabalha para ser candidato ao Senado. Ele prometeu ajudar correligionários, repassando parte de sua base política para que o partido possa eleger mais deputados federais e distritais. Em 2006, o ex-governador Joaquim Roriz conseguiu uma vaga no Senado e o partido fez dois representantes na Câmara dos Deputados, Filippelli e Laerte Bessa, além de três distritais, Benício Tavares, Rôney Nemer e Pedro Passos ; substituído depois da renúncia em 2007 por Eurides Brito. ;Tivemos uma boa performance em 2006 e vamos trabalhar para ampliar esse desempenho em 2010;, disse Filippelli.
O presidente do PMDB-DF colocou à disposição de seus colegas de partido os louros pelo desempenho de seus aliados indicados recentemente para os cargos de direção na Novacap. Em dezembro, Filippelli fechou um acordo com Arruda e indicou nomes para a empresa responsável pelas obras do Distrito Federal. Como contrapartida, o partido agora está unido na relação com o GDF. Até então, apenas parte da legenda era aliada do governo. Filippelli liderava uma parcela mais crítica à atual gestão. ;Reafirmamos na reunião que Roriz é nosso líder e os compromissos de hoje não inviabilizarão um eventual projeto político próprio para 2010;, afirmou o deputado.
Entre os potenciais candidatos a deputado federal, estão o secretário de Fazenda, Valdivino de Oliveira, o presidente da Codeplan, Rogério Rosso, e o ex-deputado distrital Odilon Aires, que hoje comanda o Instituto de Presidência do DF. ;Em 2006, a desunião do PMDB foi ruim para todo mundo que disputou eleição. A bancada de deputados distritais ficou reduzida à metade;, analisa o deputado Rôney Nemer, presidente da Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur). ;Vamos trabalhar em clima de cooperação agora. Se o partido crescer, será bom para todos;, acredita Nemer.
Petistas avaliam que a aproximação do PMDB com Arruda praticamente inviabilizou uma possível aliança futura entre o partido de Roriz e o PT. Uma composição dessa natureza já era difícil e hoje se tornou ainda mais complicada. As pretensões de Filippelli na disputa ao Senado impedem um acordo com o PT. O partido trabalha para defender a reeleição do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). O assunto, inclusive, foi discutido ontem em almoço do qual participaram o presidente regional do PT, Chico Vigilante, o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz e Cristovam. ;Tenho certeza de que Cristovam estará conosco e ainda contaremos com o PR, do deputado Jofran Frejat;, analisa Vigilante.
Roriz não gostou da movimentação política de Filippelli e trabalha para mudar a direção do partido a partir de março. Ela espera o apoio da direção nacional do PMDB, mas Filippelli tem trabalhado em sintonia com peemedebistas na Câmara, entre os quais o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), e o presidente nacional, Michel Temer (SP).