postado em 20/01/2009 08:58
Uma separação bilionária deixa perplexa a sociedade mineira. A fortuna avaliada de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões é disputada nos tribunais entre o ex-governador Newton Cardoso (PMDB) e a deputada federal Maria Lúcia Cardoso (PMDB), marcando o fim de um casamento de quase 30 anos. A parlamentar quer passar para seu nome a metade dos bens conquistados pelo casal nas últimas décadas. Newton alega que a ex-mulher não está ;em plenas faculdades mentais e psicológicas; e nega o polpudo patrimônio. Os bens do casal Cardoso incluiriam 16 empresas no país, uma praia na Bahia, usinas termelétricas, aviões, carros, fazenda e imóveis em Nova York e Paris.
A informação sobre o patrimônio ; nunca declarado por Newton Cardoso ; teria sido repassada por Maria Lúcia em processo de pensão alimentícia que tramita em segredo de Justiça na 3ª Vara de Família de Brasília. Ainda correm na mesma vara duas ações de separação litigiosa e de arrolamento dos bens do casal ; ambas ajuizadas em maio de 2008. Alegando que o casamento realizado há 30 anos adotou o regime de comunhão parcial de bens, a parlamentar reivindica metade da fortuna.
A ação de arrolamento de bens ; que visa enumerar todo o patrimônio de alguém ; teria servido de base para o pedido de pensão alimentícia e cálculo de quanto ela terá direito a receber com o fim do casamento. À Justiça, Maria Lúcia teria dito que pode provar 70% das informações prestadas. E acusou o marido de se utilizar de dois artifícios para esconder seu enriquecimento: a montagem de holdings empresariais com atribuição dos bens às suas subsidiárias, e a abertura de empresas em paraísos fiscais, onde os nomes dos acionistas são mantidos em sigilo. A deputada federal teria afirmado ainda que testemunhou vários negócios fechados pelo marido.
Em nota divulgada à imprensa ontem, Newton alegou que sua vida ;sempre foi intensamente investigada; e que jamais foi condenado judicialmente por desvio de dinheiro público. Também acusou a revista Veja ; em cuja última edição o assunto foi veiculado ; de adotar ;parcialidade; ao não ouvir os ;dois lados; da história. Alegou que a revista teria se aproveitado da ;fragilidade; de Maria Lúcia Cardoso para forjar uma história sem ;veracidade ou consistências;. ;O maior patrimônio que nós construímos é exatamente a família que temos e sempre reconheci a importância dela e o amor que ela tem por eles. Repito, ela não faria isso se estivesse em plenas faculdade mentais e psicológicas;, diz o texto. Newton Cardoso argumentou que ao assumir a Prefeitura de Contagem, em 1973, já era um empresário ;rico; e ;bem sucedido;.
Casados há quase 30 anos, Newton e Maria Lúcia têm quatro filhos. Há pouco mais de dez dias, Newton Cardoso foi denunciado pelo Ministério Público por agressão física a Maria Lúcia em abril de 2007. O motivo da briga seria um pedido de explicações sobre boatos de que ele teria sido visto com uma amante em um hotel de Londres. Teria sido a gota d;água para a separação. A deputada não quis comentar o assunto. Segundo sua assessoria de imprensa, ela não deu nenhuma declaração à Veja e vai estudar mecanismos judiciais para contestar a inclusão de depoimentos seus na matéria.