postado em 20/01/2009 13:03
O PT deve manter o apoio à candidatura do deputado Michel Temer (PMDB-SP) à presidência da Câmara mesmo com a decisão do senador José Sarney (PMDB-AP) de lançar o seu nome para o comando do Senado. O líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), disse nesta terça-feira (20/01) que a bancada petista vai cumprir o acordo de apoiar Temer mesmo depois de Sarney ter sinalizado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que será candidato.
"A posição da bancada do PT é cumprir o acordo. Cada Casa tem a sua dinâmica", disse. Rands afirmou, porém, que a candidatura de Sarney não é "positiva" porque o partido esperava o apoio de pelo menos parte dos peemedebistas ao senador Tião Viana (PT-AC).
Nos bastidores, deputados peemedebistas ficaram irritados com as articulações do partido no Senado que resultaram na candidatura de Sarney. Oficialmente, Temer afirmar que o ingresso do senador na disputa não vai trazer prejuízos à sua candidatura. Aliados de Temer afirmam, no entanto, que a dupla candidatura peemedebista nas duas Casas Legislativas pode trazer prejuízos ao candidato do partido na Câmara --uma vez que o PMDB ganharia ainda mais força no comando do Legislativo.
"Tudo na política tem consequências. Quando reforçamos a aliança com o deputado Michel Temer, era um grau a mais no fortalecimento dessa relação PT-PMDB. mas não vinculação automática à candidatura do Sarney. Não é positivo, mas também não é algo que comprometa", afirmou Rands.
Força
Aliados de Temer afirmam que, ao contrário das previsões pessimistas, a candidatura do peemedebista vai se fortalecer com a decisão do PDT de deixar o chamado "bloquinho" da Câmara. Deputados pedetistas vão formalizar amanhã a debandada da candidatura do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e o apoio a Temer, além da saída do PDT do grupo de partidos que integra o bloquinho --PSB, PDT, PC do B, PMN e PRB. As divergências do bloquinho com o PDT ganharam força depois que o grupo lançou a candidatura de Aldo. O PDT vai reunir sua bancada de deputados nesta quarta-feira, durante almoço na sede do partido em Brasília, quando pretende anunciar a saída do bloco e o apoio ao candidato do PMDB.
"A candidatura do deputado Michel Temer vem trabalhando há muito tempo. O Aldo tem todo o nosso apoio e respeito, votamos nele duas vezes para a presidência da Câmara, mas ele lançou o seu nome depois que o Temer já tinha consolidado sua candidatura. No nosso entendimento, a vitória do Temer é irreversível", afirmou à reportagem o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), presidente nacional do partido.