Politica

PSDB se reúne com Sarney e Tião, mas só define apoio na próxima semana

;

postado em 23/01/2009 08:50
O PSDB promete votar unido nas eleições para a presidência do Senado, mas ainda não anunciou em quem. Ontem, o líder da bancada, Arthur Virgílio (AM), reuniu-se com os dois candidatos: José Sarney (PMDB-AP) e Tião Viana (PT-AC). Evitou se comprometer e transferiu a decisão para uma reunião da bancada, marcada para a próxima semana. A tendência é o voto em Sarney, mas os tucanos aproveitam a posição estratégica que ocupam para negociar com os dois lados cargos na Mesa Diretora e o comando das comissões permanentes. ;Os 13 senadores do PSDB votarão juntos;, disse Virgílio. A bancada não fechará questão, até porque o voto é secreto, mas o líder diz que não haverá dissidência. ;Nossos parlamentares são pessoas sérias.; O encontro com Sarney foi reservado, enquanto Tião fez questão de dar publicidade à reunião. Nas duas ocasiões, Virgílio enfatizou o peso do PSDB. Lembrou que, como quase todos os senadores já se definiram, o voto em bloco dos tucanos pode definir o quadro. Depois, apresentou sua pauta, dividida em dois níveis de reivindicações. No primeiro, estão as políticas: o partido quer que o futuro presidente assegure a independência do Senado e se comprometa com propostas como o sorteio de relatores para as Medidas Provisórias. Em posição minoritária e precisando dos votos, o petista Tião se comprometeu mais com as idéias tucanas que o peemedebista Sarney. O segundo ponto, fundamental, é o espaço do partido no Senado. ;Queremos melhorar nossa posição;, avisou. O partido deve ficar com a Primeira Vice-Presidência e a Quarta-Secretaria. Ainda reivindica as comissões de Assuntos Econômicos e de Relações Exteriores. Nesse ponto, disputa espaço com DEM, PT e PSDB. Os tucanos exigem dos dois candidatos a garantia prévia de que terão as comissões. Comando Tião Viana apelou para um discurso político no encontro com o líder tucano. Disse que não interessa nem ao PT nem ao PSDB que o PMDB comande as duas casas do Congresso. O partido é o favorito para comandar a Câmara, com Michel Temer. O petista aposta na influência do governador de São Paulo, José Serra, um dos pré-candidatos tucanos à Presidência da República. Serra não tem interesse na eleição de Sarney, de quem é desafeto e tem conversado quase diariamente com Tião Viana. Mas, segundo senadores tucanos, o governador tem feito pouco esforço para convencer a bancada. Concentra suas atenções em apoiar a candidatura de Temer na Câmara. Internamente, a avaliação é que Serra tem pouco a ganhar, seja qual for o resultado da eleição no Senado, já que tanto Sarney quanto o PT de Tião Viana serão seus adversários em 2010. Na segunda-feira, Virgílio e o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), terão uma nova rodada de conversas com os candidatos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação