Politica

Sarney na disputa pelo Senado anima adversários de Temer na Câmara

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postado em 26/01/2009 08:29
A uma semana da disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados, os quatro parlamentares que tentam suceder Arlindo Chinaglia (PT-SP) decidiram reiniciar as conversas com seus eleitores, inclusive com aqueles que já haviam sido contatados semanas atrás. Tudo porque acreditam que a candidatura de José Sarney (PMDB-AP) no Senado modificou o cenário na Câmara e enfraqueceu Michel Temer (PMDB-SP). ;Acho que a contabilidade dos votos do Temer sofreu uma pancada depois da reviravolta no Senado. Não trabalhamos com a hipótese de não haver segundo turno e estou me encontrando com os parlamentares para discutir o novo cenário. Temos certeza de que ele perdeu votos;, garante o candidato Ciro Nogueira (PP-PI). Apostando na mudança do cenário e na redução do favoritismo do peemedebista, os opositores de Temer vão passar a semana realizando reuniões e disparando telefonemas aos colegas que acreditam ter a intenção de jogar areia nos planos de poder do PMDB. Aldo Rebelo (PcdoB-SP), que também disputa o cargo, é um deles. Segundo ele, a mudança do quadro no Senado anima os opositores ao peemedebista à medida que a possibilidade de o PMDB sair fortalecido ; e se tornar ainda mais importante para a sucessão presidencial de 2010 ; desagrada a integrantes dos diversos partidos, inclusive do PT. Acreditando na falta de disposição dos colegas com a hipótese de dar mais poder aos peemedebistas, Rebelo aproveitou o fim de semana para telefonar para governadores e prefeitos, pedindo que conversem com aliados no Congresso Nacional e busquem apoio a sua candidatura. Quer convencê-los de que a força do PMDB em nível nacional pode influenciar diretamente os cenários regionais. Ligações Osmar Serraglio (PMDB-PR) também pretende intensificar as ligações para os eleitores na reta final da campanha. ;É uma estratégia simples. Todos me conhecem. Sabem que o poder não me sobe à cabeça. Ligo, converso, falo das minhas propostas. Vou fazer isso a semana inteira;, conta. Alvo dos ataques dos três candidatos, Michel Temer também vai adotar uma ofensiva na tentativa de não perder votos e de atrair os indecisos. Pediu ajuda a seus partidários para que telefonem para parlamentares, governadores e prefeitos com o objetivo de convencer o eleitorado a separar a eleição no Senado da disputa na Câmara. O impacto da candidatura de Sarney no Senado foi sentido pelos peemedebistas. Enquanto adversários comemoravam o aumento nas chances de dissidências partidárias na contabilidade de votos de Temer, apoiadores da candidatura do presidente do PMDB se reuniram na última sexta-feira para recontar os votos e fazer mais uma análise da divisão de cargos na Mesa Diretora, de modo a satisfazer o maior número de deputados. Falta de debates recebe críticas No momento em que cada voto é decisivo e ninguém quer se arriscar, Michel Temer se nega a participar de debates com opositores. Na última quinta-feira, faltou a um programa de televisão, em que iria debater com Ciro Nogueira. Diante do aviso de que mandaria um representante, a emissora mudou a programação. Temer também tem evitado enfrentar embates televisivos na TV Câmara. Apesar da pressão dos outros três candidatos para a realização de um debate, o presidente Arlindo Chinaglia ; que apoia o peemedebista ; disse que isso somente poderá ser feito se os quatro candidatos aceitarem participar do programa. Para repassar o problema, deu à Secretaria de Comunicação da Casa a missão de buscar um acordo entre os quatro. ;Na prática, o presidente está prevaricando. O mínimo que se esperava dele era que permitisse a realização de um debate. A partir daí, iria quem estivesse interessado. Em vez disso, ele disse que era necessário um consenso porque sabe que o Temer não vai querer participar. Pior mesmo foi repassar a responsabilidade para a própria TV, cuja diretoria é subordinada a ele;, critica Serraglio. ;O problema é que o Chinaglia é o maior cabo eleitoral do Temer e está tentando beneficiá-lo. É por isso que não vai haver debate algum;, complementa Nogueira.(IT) Colaborou Guilherme Queiroz

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