Cúpula petista tenta desvincular disputa no Congresso da briga eleitoral em 2010

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postado em 27/01/2009 09:22

Da boca para fora, o discurso da cúpula petista é até otimista. Mas o temor sobre a possibilidade de o PMDB vencer as eleições na Câmara e no Senado é tão perceptível que o presidente do PT, Ricardo Berzoini, tenta desvincular a disputa no Congresso da briga eleitoral em 2010. ;Não vejo uma relação direta entre os pleitos internos e a próxima eleição presidencial. Acho que cada uma representa um contexto diferente. Mas não estamos acreditando que os peemedebistas irão vencer nas duas Casas. Acreditamos que o Tião pode ganhar;, comentou Berzoini. Para o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), a ironia nas discussões sobre a eleição nas duas Casas não se trata apenas de desvincular a disputa interna da sucessão presidencial em 2010, mas também conviver com uma inusitada realidade: a de que para que o PT vença no Senado vai precisar do apoio do rival PSDB. A constatação foi discutida ontem durante a reunião da Executiva Nacional, quando as contas de votos que Tião pode ter no Senado ; contas essas feitas e refeitas ; incluíam o apoio dos adversários, que seriam incentivados a votar no PT pelo governador tucano José Serra (SP). ;O engraçado nisso tudo é que a eleição para Presidência de um petista esteja ligada diretamente ao apoio do PSDB;, afirmou Rands. Por entender a necessidade do apoio dos tucanos para sua candidatura, o senador Tião Viana deve se reunir hoje com o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e com o líder da bancada no Senado, Arthur Virgílio Netto (AM). Temores Apesar da tentativa de desvincular as eleições internas da sucessão presidencial, o temor de que os peemedebista vençam tanto na Câmara, com o deputado Michel Temer (SP), quanto no Senado, com o senador José Sarney (AC), parece ser o maior obstáculo para que os parlamentares petistas obedeçam às orientações partidárias. Preocupado com isso, o presidente da legenda criticou o caráter sigiloso do voto, em uma clara demonstração de que teme as traições dos seus liderados ;Lamentavelmente o voto é secreto. Mesmo assim, insisto que os petistas cumprirão os acordos votando em Temer para presidente da Câmara e em Tião para o Senado;, insistiu Berzoini. Decididos a enfrentar os riscos, os petistas publicamente dizem não acreditar na vitória dupla do PMDB, ao mesmo tempo em que já discutem como juntar os cacos e acomodar os perdedores no governo. Negociações feitas nos bastidores e negadas publicamente. ;Acho que cabe somente ao presidente da República esse tipo de decisão. O presidente é soberano e a ele cabe decidir sobre a recolocação dos minoritários;, opinou Berzoini. Deliberações Os integrantes da Executiva Nacional do PT decidiram ontem expulsar o deputado estadual do Rio de Janeiro Jorge Babu da legenda. O petista é acusado de envolvimento com milícias e de participação em brigas de galo. A Executiva resolveu adiar discussões que geram mais polêmica dentro do partido, como a elaboração do código de ética e a possibilidade de a legenda ter acesso a dados fiscais, tributários e bancários de seus parlamentares. ;É importante que tenhamos acesso aos dados sigilosos para casos de possíveis investigações ou denúncias. Mas deixamos para decidir sobre isso em fevereiro;, disse Berzoini. Ouça o presidente do PT, Ricardo Berzoini: .br/static/user/19/19862/bc4be953214681d48ef7cd9ce7ecbdc5.flv;=false;=320;=20'/>