Politica

Lula afirma que país pode ajudar em processo de paz entre israelenses e palestinos

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postado em 28/01/2009 10:33
São Paulo ; Acompanhado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador de São Paulo, José Serra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou ontem à noite uma exposição em memória às vítimas do Holocausto, em São Paulo. O tempo todo ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Lula e os tucanos riam bastante pelos corredores da sinagoga Beit Yaakov, no bairro de Higienópolis, região central da capital. Depois da exposição, Lula teve um encontro reservado com Serra numa sala VIP do Aeroporto de Congonhas para discutir medidas de incentivo à área de habitação, como forma de aquecer a economia e combater os efeitos da crise. Durante toda a visita à sinagoga, Lula usou um quipá ; pequeno chapéu em forma de circunferência utilizada pelos judeus como símbolo da religião e para reafirmar o temor a Deus. Sua passagem pelo templo teve o papel de reduzir os efeitos da polêmica sobre a posição do PT em relação ao confronto em Gaza. Em nota assinada pelo presidente nacional da legenda, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), o partido condenou os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza e comparou a ofensiva às práticas nazistas. Em discurso ontem na sinagoga, Lula disse que o país não aceita a escalada de violência como solução de diferenças entre os povos e lamentou a morte de civis, mulheres e crianças. Segundo ele, o reconhecimento de um Estado palestino e da existência tranquila do Estado de Israel são condições para uma paz consistente na região. Ele defendeu ainda a participação do Brasil no processo de paz e destacou a convivência pacífica entre árabes e judeus que vivem no país. ;O Brasil tem condições e credenciais para participar, junto com outros países, de iniciativas que conduzam a um consenso para superar a violência e a irracionalidade;, disse o presidente. Holocausto Lula e diversos políticos visitaram a sinagoga para lembrar o dia internacional em memória às vítimas do Holocausto. ;Esta é a quarta vez que venho a cerimônias em sinagogas para lembrar essa data;, afirmou o presidente. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também participaram da cerimônia. Ao discursar, Serra classificou o holocausto como ;uma manifestação do mal absoluto; e Kassab descreveu o fato como ;o pior momento da história da humanidade;. A comunidade judaica reconheceu o valor simbólico da visita de Lula. O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Cláudio Lottenberg, disse que a presença de Lula reforça o laço que o Brasil sempre teve com a comunidade judaica. ;O fato de o presidente estar presente pessoalmente reforça esse compromisso;, disse Lottenberg. No encontro reservado com Serra, Lula se disse preocupado com o setor habitacional, principalmente com o peso do seguro nos financiamentos da casa própria. O presidente disse ainda que o governo federal estuda a criação de um fundo para garantir crédito nessa área, mas não deu detalhes sobre como funcionaria. Atualmente, o seguro habitacional que é incorporado ao financiamento cobre as prestações em caso de morte ou invalidez permanente do mutuário e danos permanentes ao imóvel. ;Acho que Lula tem razão e acho que é uma coisa que pode ser explorada para reduzir o custo habitacional sem eliminar o seguro, mas eliminando o exagero, já que o impacto do seguro no preço do imóvel é muito alto;, disse Serra no Aeroporto de Congonhas.

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