Politica

Vitória no Congresso consolida o PMDB no Legislativo e o torna peça-chave em 2010

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postado em 03/02/2009 08:42
Aconteceu o que todos os outros partidos temiam. O PMDB venceu nas duas Casas do Congresso. No Senado, com 49 votos, José Sarney teve uma vitória tranquila. Na Câmara, apesar das traições, Michel Temer (SP) recebeu 304 votos e levou no primeiro turno. A soma dos resultados consolida a legenda como a principal força dentro do Legislativo e o aliado mais disputado para as eleições de 2010. O PMDB continua dividido em dois grupos, mas, agora, cada facção comanda um dos lados do Congresso Nacional. Não era o resultado sonhado pelo Palácio do Planalto, nem pela oposição. Tampouco foi resultado de uma estratégia combinada. Os peemedebistas da Câmara e do Senado não apenas correram em faixa própria, mas fizeram o possível para atrapalhar os planos um do outro. Mesmo assim, os dois lados estão mais fortes. No Senado, Sarney venceu contra a vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Na Câmara, Temer recebeu o apoio dos dois. Em ambos os casos, pesaram as projeções para 2010. Lula deixou clara sua preferência pelo petista Tião Viana (AC), que obteve 32 votos. Acreditava que o PMDB ficaria forte demais se comandasse Câmara e Senado. Entre Sarney e Temer, preferiu investir no deputado, aliado mais recente e menos confiável. Lula acreditava que conseguiria controlar o grupo do Senado, que o apoia desde o primeiro mandato. Nos últimos dias de campanha, Sarney procurou o presidente para se queixar de integrantes do governo que embarcaram na campanha de Tião. Entre eles, Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do próprio Lula. Candidata de Lula à sucessão, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fez o possível para minimizar os danos da disputa entre PMDB e PT. Foi a primeira vez que uma crise política desembocou em sua mesa. Embora mantenha boa relação com ela, Sarney já avisou ao Palácio do Planalto que apoiará o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, se ele for candidato à Presidência da República em 2010. O mineiro foi o único presidenciável que apoiou o peemedebista. Câmara Se, no Senado, governo e oposição se dividiam entre duas candidaturas, na Câmara todos embarcaram na campanha de Michel Temer. Ele recebeu o apoio do PT, DEM, PSDB e outros 11 partidos. Temer ocupa o estratégico cargo de presidente nacional do PMDB. Seu grupo venceu as últimas disputas internas com a ala do Senado. Terá um papel importante na definição da política de alianças do partido para 2010. José Serra apostou nele por considerá-lo um antigo aliado. Nas duas últimas eleições presidenciais, Temer esteve no palanque tucano. Voltou a aliar-se ao governador nas eleições municipais de 2007. Serra aposta nele como um contraponto à influência de Sarney e seu grupo. Exatamente por ver em Temer um aliado recente é que o Palácio do Planalto considerou fundamental sua eleição. A última coisa que o governo quer é vê-lo aliado aos tucanos. Por isso, Lula trabalhou mais pela vitória do peemedebista na Câmara que pela de Tião Viana no Senado. O PMDB já vinha fortalecido das eleições municipais, nas quais teve o maior número de votos e conquistou o comando de 1,1 mil cidades, incluindo capitais importantes, como Rio de Janeiro e Porto Alegre. ;Se o PMDB continuar dividido, será difícil negociar com as duas alas;, diz um ministro próximo a Lula. ;Mas, se ele se unir, ficará impossível.;

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