Politica

Renan, DEM e servidores da Casa comemoram derrota de Tião Viana no Senado

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postado em 03/02/2009 10:17
O Senado amanhece hoje numa doce ressaca para o grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL), o DEM e os servidores da Casa ; e amarga para petistas e tucanos. Entre mortos e feridos, Renan está de volta ao poder. Novo líder da bancada do PMDB, o senador alagoano foi o principal articulador da campanha de Sarney e retorna ao cenário político nacional depois de renunciar à Presidência do Senado em dezembro de 2007, em meio a processos por quebra de decoro parlamentar. Ontem, depois da votação que elegeu Sarney, Renan não escondia a euforia. Mas evitou o confronto com os inimigos. O peemedebista minimizou as críticas recebidas de alguns senadores durante a semana que antecedeu a eleição do novo comandante da Casa. ;Eu compreendo as razões. Mas preciso demonstrar equilíbrio. É hora de recolher os feridos;, disse. O DEM também está em festa. O partido, que tem 14 senadores, foi fundamental para garantir a vitória folgada de Sarney sobre Tião Viana (PT-AC). Na sessão de ontem, o líder da legenda no Senado, José Agripino (RN), foi o único senador a subir na tribuna para defender a candidatura de Sarney. Agora, o partido cobra a fatura. A legenda já ocupa a primeira-secretaria, que comanda a estrutura administrativa da Casa. Indicou para o cargo o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Mas o DEM quer mais, e procura uma forma de compensar Efraim Morais (DEM-PB), que deixou ontem a primeira-secretaria. O senador sai do cargo de maneira melancólica, depois de ser envolvido em relatórios da Polícia Federal sobre corrupção nos milionários contratos terceirizados do Senado. Candidato a governador da Paraíba em 2010, Efraim pode ganhar a liderança da minoria no Congresso, uma função que ainda não foi regulamentada, mas que deve ser recheada de cargos de assessores. No ano passado, Efraim teve que demitir seis parentes depois da decisão da Justiça que acabou com o nepotismo no serviço público. A briga partidária por cargos continua hoje, quando os líderes se reúnem para discutir os seis cargos restantes da Mesa Diretora do Senado. Os servidores também ganham espaço com o resultado de ontem, principalmente o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, que aparece nos relatórios de investigação sobre as irregularidades na Casa. Na sessão que elegeu Sarney, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), chegou a defender a saída de Agaciel do cargo, citando inclusive um carro importado de sua secretária. ;É possível se fazer uma renovação dos costumes na Casa, mantendo a dirigi-la o senhor Agaciel Maia? Na minha opinião, não é;, disse o tucano. Ontem, assessores comemoravam a vitória de Sarney. Apostam na manutenção do diretor-geral e sua equipe. Juntando os cacos Depois da união inusitada nessa eleição, PT e PSDB agora tentam juntar os cacos com a derrota de ontem. Candidato ao governo do Acre em 2010, Tião Viana, por exemplo, se considera fortalecido por ter conseguido 32 votos contra Sarney, mas sabe que o PT saiu desgastado depois do embate com o PMDB. Sem falar no mal-estar entre ele e Renan Calheiros, e também José Agripino. Ao fim da apuração ontem, Viana cutucou o líder do DEM, ao afirmar que teve mais que os 28 votos dados ao senador potiguar da derrota dele para Renan, em 2007, na briga pela Presidência do Senado. A declaração não foi bem recebida entre os colegas. Foi considerada inoportuna, uma provocação fora de hora. Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), terá que lidar com o fortalecimento interno do DEM ; seu colega de oposição ; dentro da Casa, e no crescimento de seu desafeto Renan Calheiros. O peemedebista e José Sarney não perdoam o líder tucano por ter apoiado Tião Viana a poucos dias da eleição. O troco político não deve demorar a ser dado.

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