Politica

Collor disputará votos para presidir comissão no Senado

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postado em 05/02/2009 08:40
Fernando Collor (PTB-AL) reassumiu o mandato na segunda-feira, dia da eleição para a Presidência do Senado. Voltou de uma longa licença para fazer política em Alagoas e tornou-se o centro de uma briga política. Seu partido, o PTB, insiste em colocá-lo na presidência da Comissão de Relações Exteriores. É um cargo de prestígio. Pela comissão passam as nomeações de embaixadores, tratados e acordos internacionais. Adequado ao perfil de um ex-presidente da República que ainda não encontrou seu espaço no parlamento. O problema é que o PSDB também quer a vaga, reservada para Eduardo Azeredo (MG). Pelo regimento interno do Senado, os tucanos têm direito a escolher antes, mas os petebistas ameaçam disputar no voto. Se isso acontecer, podem provocar um efeito dominó que atingirá outras comissões. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), foi ao gabinete de Collor, para tentar impedir a disputa. Avisou, que se ela acontecer, ele será derrotado. ;Nós temos o compromisso de DEM, PT e PDT (de apoiar Azeredo). Vamos para o voto;, disse Virgílio, após a reunião. Mas Gim Argello (DF), líder do PTB, não abre mão da Comissão de Relações Exteriores. Um dos coordenadores da campanha de José Sarney à presidência, ele recebeu a promessa de que o cargo seria entregue a Collor. O PSDB, por outro lado, fechou com o candidato derrotado, Tião Viana (PT-AC). E agora conta com o apoio do PT para eleger Azeredo na comissão. A disputa pelas comissões determinou alianças diferentes das formadas na corrida pelo comando do Senado. O DEM, que fechou com Sarney, reaproximou-se do PSDB. Com isso, quer garantir seu espaço. Em princípio, as presidências de comissão são distribuídas proporcionalmente ao tamanho das bancadas, mas nada impede que um candidato se apresente para disputar o cargo no voto. O PTB ameaça fazer isso porque sabe que nem Sarney nem o governo desejam que isso aconteça, o que pode forçar uma negociação. ;Vou procurar uma melhor solução que não seja o voto;, disse o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Fatura O caso de Collor não é o único problema nas comissões. Ontem, no plenário, Ideli Salvatti (SC), ex-líder do PT, tentou pressionar Roseana Sarney (PMDB-MA). ;O PMDB tem um débito comigo;, reclamou, em tom de voz que não passou despercebido por quem estava próximo. Referia-se ao esforço que fez para impedir a cassação de Renan Calheiros (PMDB-AL), então presidente do Senado, em 2007. Novo líder do PMDB, Renan foi o principal articulador da eleição de Sarney e coordena as negociações das comissões. Ideli quer o comando da de Infraestrutura, vaga almejada também pelo senador Valdir Raupp (RO), que liderava a bancada do PMDB até o mês passado. Roseana disse a Ideli que a petista pode ficar tranquila: o PMDB deve encontrar uma saída para Raupp. Outro impasse envolve PMDB e DEM. Os peemedebistas prometeram aos democratas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O partido já apresentou Demostenes Torres (GO) como candidato. Mas surgiram vários parlamentares do PMDB interessados na comissão. Como o partido será o primeiro a escolher, o DEM pode ficar sem o cargo.

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