Politica

Corregedor da Câmara não consegue explicar origem de recursos para construção de castelo

;

postado em 05/02/2009 11:01
Era uma vez um deputado e um castelo de contos de fadas. Assim poderia começar esta reportagem sobre a polêmica envolvendo o novo corregedor da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), defensor do fim do julgamento dos colegas no Conselho de Ética acusados de desvio na conduta parlamentar. O congressista ainda hoje não consegue explicar a origem do dinheiro para a construção do Castelo Monalisa, na Zona da Mata mineira. Há mais de 10 anos o castelo está à venda por cerca US$ 25 milhões ; cerca de R$ 58 milhões ;, segundo especulações imobiliárias. Edmar não declarou o imóvel à Justiça Eleitoral em 1998, 2002 e 2006. O último documento apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registra um patrimônio de mais de R$ 9,5 milhões e constam imóveis no interior de São Paulo, Juiz de Fora (MG) e uma casa e um terreno na Praça João Teodósio de Araújo em Carlos Alves (MG) no valor de R$ 17,5 mil. Nada que se compare ao castelo de 7,5 mil m² de área construída, maior que o Castelo de Neuschwanstein, nos Alpes da Baviera, que inspirou o castelo da Cinderela de Walt Disney. Com ares de resort, o imóvel no distrito de Carlos Alves, em São João Nepomuceno (MG), agora tem todas as atenções voltadas para suas oito torres, 36 suítes, 18 salas, piscina com cascata, fontes, espelhos d`água e 275 janelas. A prosperidade financeira de Edmar Moreira tem lastro. Desde 1983, ele explora um dos ramos de negócio que mais cresce no país, a segurança privada. Ele é dono da empresa Ronda ; Empresa de Segurança e Vigilância Ltda., criada há pouco mais de 25 anos, com sede em São Paulo. O responsável pela Ronda é a mulher de Edmar, Júlia Fernandes Moreira, que também tem a mesma função em outra empresa do marido, a Centro de Formação e Treinamento de Segurança Itatiaia Ltda., fundada em fevereiro de 1988. Ela também tem sede no estado de São Paulo, mas desta vez na cidade de Ponte Pequena, na zona norte. Filho de um carteiro de Juiz de Fora e de uma professora primária, Edmar fez curso de perito contador e depois foi admitido na Polícia Militar e chegou ao posto de capitão. Avesso a entrevistas, especialmente sobre o castelo, foi o filho do parlamentar, o deputado estadual Leonardo Moreira (DEM), que explicou a omissão do imóvel na declaração do pai. ;O castelo era dele, mas há mais de 10 anos passou ser meu e do meu irmão. Por isso, logicamente, não poderia constar na declaração de renda do meu pai;, disse Leonardo, que lista em sua declaração de bens no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a metade de três áreas rurais no distrito de Carlos Alves. Uma delas no valor de R$ R$ 3.183.766, outra de R$ 10.944 e ainda uma de R$ 1.500. O irmão a que se refere Leonardo é o delegado Júlio Moreira lotado no estado de São Paulo. O deputado estadual confirma que o palácio está à venda há quase uma década por corretoras espalhadas pelo país. Ressalta ainda que o edifício foi construído com recursos das empresas do pai. Ainda segundo ele, o castelo está desabitado.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação