Politica

2010 acirra disputa por cargos no Senado

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postado em 06/02/2009 11:33
As eleições de 2010, quando 54 dos 81 senadores precisarão enfrentar as urnas para tentar um novo mandato, aumentam o interesse por cargos na estrutura interna do Senado. A disputa só deve acabar na quarta, com a escolha dos presidentes das 11 comissões temáticas. Com os sete postos da Mesa Diretora, os líderes das comissões formam a elite do Senado, com direito a cargos e benesses extras. Mas não é só isso. Com poder para convocar ministros e aprovar projetos que não precisam passar pelo plenário, as comissões são estratégicas no processo legislativo e podem ser usadas como palanques. Pré-candidata ao governo de Santa Catarina, Ideli Salvatti (PT-SC) tenta se garantir na presidência da Comissão de Infraestrutura, mas Valdir Raupp (PMDB-RO) também cobiça o posto. Ele tentou convencer Ideli a ficar com a Comissão de Educação. "No meu Estado, eu sempre tive a "cara de Educação". Ser conhecida por atuar na área de infraestrutura fará toda a diferença na minha campanha", disse Ideli, ex-professora. Na Mesa, o PT indicou Serys Slhessarenko (MT), que enfrentará disputa acirrada ao tentar se reeleger em 2010. Como Ideli, Raupp, que disputará a reeleição, admitiu que os holofotes da comissão podem ajudar no processo eleitoral. "Se você fizer um bom trabalho, sem dúvida que dá resultado (eleitoral)." Este ano, a Infraestrutura irá acompanhar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Também há conflito pela CRE (Comissão de Relações Exteriores). O PSDB já anunciou que quer comandá-la, mas a vaga é reivindicada pelo PTB. O indicado petebista é o ex-presidente Fernando Collor (AL), que ameaça disputar no voto com Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que tentará a reeleição. Presidentes de comissões ganham o direito de nomear três assessores extras, além dos que eles já têm nos gabinetes. Na Mesa, os secretários ganham o direito a até 92 cargos a mais. Foi pensando em 2010 que Marconi Perillo (PSDB-GO) fez questão de se tornar primeiro vice-presidente do Senado. Ele tentará voltar ao governo do Estado, quando poderá enfrentar o atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Outro que conseguiu uma vaga na Mesa foi Mão Santa (PMDB-PI), que deve disputar em 2010 com Heráclito Fortes (DEM-PI), o novo primeiro-secretário, e o atual governador Wellington Dias (PT). Entre os tucanos, quem não conseguiu garantir espaço foi Tasso Jereissati (PSDB-CE), cujo mandato também se encerra no ano que vem. Ele queria presidir a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), mas foi barrado pelo PMDB, partido que tem maior bancada da Casa e que pode abrigar Garibaldi Alves (PMDB-RN) no posto. No duelo pelas comissões, Demóstenes Torres (GO), que também tentará a reeleição, bateu o pé. Ele chegou a ameaçar deixar o partido caso não ficasse com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça.

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