postado em 06/02/2009 13:54
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), classificou nesta sexta-feira (06/02) como "legítimo" o movimento de um grupo de deputados dissidentes do PSDB na Câmara que tentaram anular a eleição do deputado José Aníbal (PSDB-SP) para a liderança do partido na Casa. Apesar do movimento ter rachado o partido, Aécio disse que a situação não é "grave" porque os tucanos vão saber reconstruir sua unidade interna já na próxima semana.
"Acho que na política tudo se resolve na conversa. Os companheiros que discordaram também fizeram isso legitimamente, exercendo o direito da discordância, de ter opinião divergente. Mas o PSDB, sempre nos momentos fundamentais, mostrou capacidade de superar divergências menores em favor de um projeto maior", afirmou.
O governador de Minas telefonou para alguns deputados e pediu para que não se envolvessem no movimento de dissidentes. A maioria dos parlamentares contrários a Aníbal integra o grupo de apoio do governador José Serra (PSDB-SP) - que disputa nos bastidores com Aécio a indicação do partido para as eleições presidenciais de 2010.
Aécio disse, porém, que acompanhou à distância o impasse na Câmara porque os deputados têm autonomia para solucionar as crises no Legislativo. "Eu fui parlamentar durante 16 anos, fui líder durante muitos anos, depois fui presidente da Câmara, e sempre fui muito cioso dessa independência do Legislativo para construir os seus caminhos. Acho que os próprios parlamentares é que encontrarão, a partir do diálogo, o caminho da unidade." Na opinião do tucano, as divergências serão contornadas porque os deputados são "homens de bem, de ambos os lados, que tiveram divergência pontual, mas sabem que todos são instrumentos da ação partidária".
Dissidentes
Um grupo de 19 parlamentares, liderados pelo deputado Paulo Renato (PSDB-SP), quer que a Executiva Nacional da legenda anule a eleição que manteve o deputado José Aníbal (PSDB-SP) na liderança da bancada na Câmara, e promova uma nova disputa.
Os dissidentes acusaram o líder de golpista e adepto de práticas de regimes autoritários. Segundo os dissidentes, que redigiram nota oficial contra a eleição do líder, Aníbal alterou o estatuto interno do PSDB para assegurar sua reeleição. O líder negou a acusação.
Aníbal foi eleito esta semana na presença de 37 dos 58 deputados. Ele obteve 37 votos favoráveis. Mas os demais 21 integrantes da legenda não compareceram à reunião convocada para a eleição do líder. O grupo dos dissidentes promete se reunir novamente na semana que vem para discutir os rumos do movimento.