Politica

Em carta de renúncia a cargo na Câmara, deputado critica postura do DEM

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postado em 09/02/2009 14:37
Na carta-fax enviada à presidência da Câmara pedindo renúncia dos cargos de corregedor-geral e da segunda-vice-presidência da Casa, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) se diz "injustiçado" pelas denúncias que o fizeram deixar os cargos. O deputado ainda reclama de seu partido, queixa-se na carta de "falta de respaldo" do DEM, que ameaça expulsá-lo da legenda, e afirma que as acusações são "infundadas". "Minha vida sempre foi pautada pela transparência e em total consonância com os princípios democráticos", diz no documento. "O que era para ser um momento de alegria vem se tornando uma sangria desatada pautada em mentiras, inverdades, jogo de retóricas, que resultam em ataques sem qualquer respaldo empírico e de forma indiscriminada, extrapolando os limites da natureza humana." O deputado é acusado, entre outras denúncias, de omitir de sua declaração de bens um castelo em Minas Gerais, que está à venda por R$ 25 milhões. A propriedade em São João Nepomuceno, na região da Zona da Mata de Minas, tem 36 suítes. No documento, o deputado reitera suas justificativas sobre a propriedade, informando que está registrada e declarada no imposto de renda de seus filhos - por isso o imóvel não foi incluído em sua declaração encaminhada à Justiça Eleitoral. "A questão ganhou contornos insuportáveis quando meu próprio partido não soube respeitar a prerrogativa regimental avulsa, não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditório antes de se pronunciar publicamente por fatos totalmente infundados", diz Moreira na carta-fax. O parlamentar ainda afirma que sua vida sempre foi pautada pela "transparência". Moreira sustenta que tem 60 anos de serviço público prestados com "seriedade e honradez", além de ter conquistado o apoio de 283 deputados para ter sido eleito à corregedoria. Moreira classifica como "coincidência" o fato de as denúncias terem sido reveladas dias após tomar posse na Corregedoria da Câmara. "Fica apenas a coincidência de que as infundadas acusações surgiram na exata semana da eleição para o cargo de segundo-vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara", afirma. O deputado também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por apropriação ilegal de contribuições ao INSS feitas por seus empregados. O corregedor é responsável, entre outras funções, por encaminhar os pedidos de investigações sobre seus pares ao Conselho de Ética da Câmara.

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