DEM indica ACM Neto para o lugar de Edmar

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postado em 11/02/2009 10:51

O DEM decidiu indicar o deputado ACM Neto (BA) para a vaga de segundo vice-presidente da Câmara, aberta com a renúncia do correligionário Edmar Moreira (MG), suspeito de irregularidades no uso de verba indenizatória e omissão na declaração patrimonial. A cúpula da Câmara aproveitou para enterrar a proposta de criar uma corregedoria independente, enxugando as responsabilidades da segunda vice. ;Não tinha sentido dividir porque todo mundo sabe que a responsabilidade do segundo vice-presidente é ser corregedor;, disse o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO). ACM Neto foi escolhido pela bancada do DEM por aclamação. Um a um os deputados que almejavam o posto foram desistindo. O último a abrir mão para Neto foi Vic Pires (PA), que havia disputado e perdido o cargo para Edmar Moreira. O parlamentar paraense telefonou para o colega e disse que o apoiaria na empreitada. O deputado baiano afirmou que aceitou a escolha do partido por entender que o DEM precisava sair unificado. ;Não fazia parte dos meus planos. Estou cumprindo uma missão pela unificação da bancada;, disse o deputado ACM Neto depois de ser escolhido. O parlamentar foi indicado para acabar com insatisfações entre os democratas que não contestam a posição de liderança informal e reconhecem a influência que Neto exerce na legenda. A votação para escolher o novo segundo vice da Casa está marcada para hoje. ACM Neto não é o único a concorrer. Ontem à noite, o deputado Manato (PDT-ES) lançou candidatura avulsa. Entretanto, até mesmo partidos que fizeram oposição ao bloco formado para a eleição da Mesa anunciaram apoio à indicação de ACM Neto. O líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), disse que seu partido votará no nome apontado pelo DEM. O socialista fez parte do grupo que apoiou a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) contra o vitorioso Michel Temer (PMDB-SP). A criação de uma corregedoria ficou limitada a um grupo de parlamentares que analisarão uma proposta de alteração no Regimento Interno da Câmara. O debate ficará somente para a próxima legislatura. As negociações em torno de um órgão de investigação independente ganharam fôlego com as declarações de Edmar Moreira contrárias à responsabilidade da Câmara em julgar casos de quebra de decoro. O ex-corregedor chegou a defender que esses processos fossem analisados somente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Depois, surgiram denúncias de que Moreira escondeu um castelo no valor de R$ 25 milhões de sua declaração patrimonial. O deputado argumentou que o imóvel está no nome de um dos filhos. O partido preferiu colocar em banho-maria a expulsão de Moreira. A legenda fará uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral para saber se o fato de o deputado ter dado entrada em um processo com um pedido de desfiliação já significa que ele está fora do partido. O DEM quer saber também a quem pertence o mandato, em caso de expulsão. A Executiva Nacional da legenda marcou reunião para amanhã para voltar a discutir o caso. Ouça: áudio com o deputado Rodrigo Rollemberg