Politica

Marcos Valério, o operador do mensalão, tem a vida ameaçada

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postado em 15/02/2009 08:00
São Paulo ; O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza ; acusado de ser o operador do mensalão, esquema de pagamento de propina para a base aliada do Palácio do Planalto em troca de aprovação de projeto de interesse do governo ; vive hoje sob a ameaça de morte de integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Depois de ter ficado preso por pouco mais de três meses na Penitenciária II do Presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, a 138km da capital, por força de um processo no qual é acusado de integrar uma quadrilha que praticava extorsão, fraudes fiscais e corrupção, Marcos Valério, mesmo em liberdade, está sendo extorquido pela organização, nascida nas cadeias paulistas na década de 1990, e traz no corpo as marcas da violência do grupo que lhe exigiu dinheiro durante o tempo em que esteve preso.

Vinte quilos mais magro, ele vive hoje totalmente recluso, depois de ter parte dos dentes da frente quebrados e cortes profundos no corpo feitos por estiletes, de acordo com fontes da Polícia Civil de São Paulo. Ele foi preso em 11 de outubro, por força de mandado de prisão expedido pelo Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo e ficou encarcerado até 14 de janeiro. Para conseguir sair do presídio de Tremembé com vida, Marcos Valério precisou fazer um acordo com o advogado Jeronymo Ruiz Andrade do Amaral, considerado o chefe do departamento jurídico do PCC, organização para a qual trabalha desde 2000.

Pedágio

O acerto entre eles aconteceu em 9 de janeiro, numa conversa que se estendeu por cerca de 40 minutos, no parlatório da Penitenciária II do presídio, onde os carcereiros não têm acesso, somente presos e advogados. O valor pago pela "proteção" da organização é segredo guardado a sete chaves, mas fontes da Polícia Civil relatam que Marcos Valéria era obrigado a desembolsar o que chamam de "pedágio". Jeronymo, assim como o empresário, estava preso na Penitenciária II de Tremembé depois de ter sido preso em flagrante tentando levar para a integrantes do PCC, encarcerados na unidade prisional de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, componentes de telefones celular

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