postado em 16/02/2009 11:06
Três principais forças políticas se preparam para disputar ou influenciar o resultado das próximas eleições: o grupo que está no poder liderado por José Roberto Arruda (DEM), o PT e o ex-governador Joaquim Roriz (PMDB). Apesar das diferenças, representantes das três correntes têm dialogado sobre seguir juntos numa aliança eleitoral mesmo que informal. Se prevalecer o tom das conversas de bastidores, tudo poderá acontecer e causar surpresas ao eleitor em 2010. Inimigos históricos em âmbito local ou futuros adversários na disputa pela Presidência da República poderão se misturar na capital do país.
Único governador do DEM, partido de oposição ao governo Lula, Arruda não só mantém uma ótima relação com o Palácio do Planalto, como tenta convencer integrantes do PT de que Roriz é o adversário a combater. Em conversas com petistas, o governador tem dito que seria um retrocesso deixá-lo assumir pela quinta vez a gestão do Distrito Federal. No PT, ninguém fala abertamente sobre o assunto, mas Arruda tem buscado o diálogo com petistas de olho numa aproximação.
Segundo aliados políticos de Arruda, ele sonha repetir no Distrito Federal a aliança que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), fez com o PT. Apesar da disputa tradicional entre PSDB e PT, o tucano mantém uma ótima relação com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), a ponto de fazerem campanha juntos pela vitória de Márcio Lacerda (PSB) na capital mineira, conquistada na última eleição municipal. Apesar dessa estratégia, ele também não descuida da base rorizista e já conseguiu o apoio de grande parte dos antigos colaboradores do ex-governador, como o secretário de Fazenda, Valdivino Oliveira, e o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF).
Roriz também tenta esquecer os embates do passado e procura uma interlocução com o PT. Ele espera uma definição nacional e acredita que a aproximação com petistas será natural se o PMDB apoiar a provável candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT). ;A lógica nacional prevalece. Se PT e PMDB estiverem no mesmo palanque, a direção do PT fará uma imposição local para que os petistas e Roriz se unam;, analisa um rorizista. Já de olho nesse possível cenário, o ex-governador tem enviado sinais ao Palácio do Planalto de que aceita montar um palanque no Distrito Federal para apoiar Dilma.
Roriz sabe que não tem vez na chapa adversária. O candidato tucano à presidência ; Aécio ou o governador de São Paulo, José Serra ; jamais abriria mão do apoio do atual governador, principalmente pela já consolidada parceria entre PSDB e DEM para 2010. Roriz espera seguir os passos do aliado goiano, o prefeito de Goiânia, Íris Rezende (PMDB), que apoiou em 2006 a reeleição do presidente Lula e se aliou aos petistas em 2008, depois de uma trajetória de disputas com o PT no estado.
O presidente regional do PT, Chico Vigilante, e o deputado federal Geraldo Magela avaliam que ainda é prematuro falar em parcerias. Os dois concordam que o interesse nacional de costurar bons palanques para a candidata petista terá força para impor as alianças locais. Por isso, o partido trabalha para construir uma candidatura ao governo e só discutirá abertamente alianças neste ano com legendas parceiras em outras eleições. ;Vamos deixar as conversas com o PMDB para o próximo ano;, diz Vigilante.