postado em 17/02/2009 16:29
O grupo do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), desistiu de levar adiante as articulações para enfraquecer o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) dentro do partido --depois que o peemedebista fez duras críticas à legenda.
Os aliados de Renan interpretaram que uma eventual punição a Jarbas poderia favorecê-lo a migrar para legendas de oposição, como o PSDB. Eles chegaram a articular a elaboração de um requerimento à Executiva Nacional do PMDB, solicitando a expulsão de Jarbas.
Uma outra alternativa seria o enfraquecimento político do peemedebista em Pernambuco, o que favoreceria diretamente outro político da região --o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).
O grupo pró-Renan concluiu que uma eventual expulsão de Jarbas do PMDB seria a justificativa que ele precisava para mudar de legenda, sem ser atingido pela severidade da lei de fidelidade partidária.
Porém, nos bastidores, tucanos ligados ao presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), indicam que não haveria espaço para Jarbas no partido. Na prática, Jarbas e Guerra têm nichos eleitorais semelhantes em Pernambuco e a presença do ex-governador na mesma legenda do tucano poderia prejudicá-lo.
Ontem, a Executiva Nacional do PMDB divulgou nota oficial informando que não haveria punição contra Jarbas nem desdobramentos das informações prestadas por ele à imprensa.
Acusações À revista "Veja" , Jarbas criticou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dizendo que ele representa o retrocesso, reagiu também contra Renan e acusou o programa Bolsa-Família do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser eleitoreiro. Em relação ao PMDB, disse que boa parte do partido é corrupta.
Ontem, em uma entrevista coletiva, Jarbas reiterou todas as informações que havia prestado à revista. Novamente reafirmou as críticas.
Nesta terça-feira, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) saiu em defesa do governo. Segundo ele, os critérios utilizados no Bolsa-Família não têm relação político-partidária.
Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) apoiou o colega, mas reconheceu que houve alguns equívocos, embora com acertos.