postado em 18/02/2009 09:54
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou ontem uma decisão que agradou aos servidores da Casa. A partir de agora, os bancos que dão crédito consignado aos funcionários poderão cobrar, no máximo, 1,6% de juros ao mês. Hoje, o Senado repassa às instituições bancárias cerca de R$ 12,5 milhões mensais dos salários de 4,1 mil servidores, entre os 6,8 mil, que fizeram empréstimos com desconto direto no contracheque.
Segundo Sarney, a média dos juros cobrados hoje na Casa gira em torno de 3%, sendo que algumas instituições bancárias estipulam até 4% mensais. ;É uma medida para ajudar a diminuir os juros do país;, afirmou o presidente do Senado. Atualmente, 49 bancos mantêm convênio com o Senado para emprestar dinheiro aos servidores.
O diretor-geral, Agaciel Maia, explicou que a decisão de Sarney tem o respaldo da Advocacia-Geral do Senado. ;Como cabe ao Senado autorizar o desconto na folha de pagamento, o presidente pode estipular esse tipo de regra;, disse. De acordo com ele, foi Sarney quem pediu um estudo e decidiu estipular um teto para as instituições bancárias. O peemedebista anunciou ainda mais detalhes do corte de 10% (R$ 51 milhões) no orçamento. Ele prometeu reduzir 300 ramais telefônicos entre os 3 mil usados hoje em dia, além do rigor com ligações interurbanas e via telefone celular. Essa medida, segundo ele, representa R$ 1,2 milhão a menos.
Na última sexta-feira, o Diário Oficial da União publicou o resultado de uma licitação de R$ 270 mil para reformar quatro apartamentos funcionais da Casa. Segundo a Diretoria-Geral, essa obra está suspensa temporariamente, como outras agendadas para os próximos meses. Ontem, Sarney afirmou que vai cortar R$ 37 milhões em gastos desse tipo. O presidente do Senado disse ainda que poderá seguir a decisão da Câmara dos Deputados de divulgar as notas fiscais da verba indenizatória de R$ 15 mil paga a cada parlamentar. O assunto, segundo ele, será tratado na próxima reunião da Mesa Diretora.
Confusão
Enquanto isso, PTB e PT travam um novo duelo no Senado. Agora, pelo comando da Comissão de Infraestrutura. Os petebistas desistiram de indicar Fernando Collor (PTB-AL) para presidir o órgão de Relações Exteriores. Sabiam do risco de perder para Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Agora, o PTB quer a Infraestrutura, até então dada como certa para Ideli Salvatti (PT-SC). Aliado ao DEM e ao PMDB, Collor tem chances de derrotar a petista. Ontem, Ideli se rebelou e exigiu o cumprimento do critério da proporcionalidade das bancadas em que o PT teria direito a essa comissão. Uma reunião de emergência foi realizada no gabinete do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), para discutir o assunto. Mas não houve acordo. Hoje, uma nova rodada de negociação deve ocorrer para solucionar o impasse.