postado em 18/02/2009 17:35
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), respondeu nesta quarta-feira às acusações da oposição de uso eleitoral e irregularidades envolvendo o encontro nacional de prefeitos e prefeitas --realizado na semana passada em Brasília. Mas o líder não informou a disparidades de dados sobre os gastos públicos com a realização do evento.
"O investimento foi alto, mas foi o que tinha de ser feito. Se eu fosse o presidente da República, faria de novo", afirmou Fontana. "[Sobre as diferenças de valores apresentados oficialmente e os registrados pelo Siafi] eu não sei explicar o que houve. Mas foi um investimento que atende ao interesse público", disse ele.
Oficialmente, o governo federal informou ter utilizado cerca de R$ 253 mil para realizar o encontro em Brasília. Mas, de acordo com o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), o gasto total com o evento foi de R$ 1.349.832, segundo reportagem do "Estado de S. Paulo".
Durante o encontro, Lula anunciou uma série de medidas que ganhou o nome de pacote de bondades. O governo federal informou que irá refinanciar as dívidas das prefeituras com o INSS, regularizar as terras na Amazônia Legal, além de programas de transporte escolar, entre outros.
Representação
Nesta quarta-feira a oposição ajuizou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com representação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) por propaganda eleitoral antecipada.
Para o DEM e o PSDB, Lula e Dilma utilizaram o encontro nacional de prefeitos realizado em Brasília na semana passada para divulgar a pré-candidatura da petista ao Palácio do Planalto. O DEM e PSDB afirmam que, como Lula e Dilma infringiram a lei eleitoral que proíbe a divulgação de propaganda antecipada, devem ser punidos pelo tribunal. O partido pede que os dois sejam notificados e penalizados com o pagamento de multa estipulada pela lei eleitoral.
Fontana disse que a oposição cumpre o papel dela que é de manter as críticas ao presidente da República e à ministra. "A oposição está com um pouco de medo da democracia e obcecada com a ministra Dilma", disse ele.
Além da representação, o DEM e PSDB também ingressaram hoje no TSE com consulta ao tribunal sobre a aplicação da lei eleitoral em eventos organizados pelo governo. O presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), questiona se constitui propaganda eleitoral extemporânea a realização do encontro em Brasília.