postado em 18/02/2009 18:10
O ministro José Múcio (Relações Institucionais) disse nesta quarta-feira que desconhecia o gasto de R$ 1,3 milhão, empenhado pelo Ministério das Cidades, para promover o encontro nacional de prefeitos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizado na semana passada.
Reportagem publicada hoje pelo jornal "O Estado de S. Paulo" informa que o Palácio do Planalto omitiu o gasto de R$ 1.349.832 para arcar com as despesas do encontro. O valor divulgado inicialmente pelo governo para promover o encontro foi de R$ 253 mil.
Segundo a reportagem, uma nota de empenho do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), que acompanha os gastos da União, confirma o valor a ser desembolsado pelo governo federal por meio do Ministério das Cidades.
Questionado sobre o assunto hoje pela manhã, Múcio disse que "não há o que esconder", porque "não há nada errado" com os gastos. "Não tem quem faça despesa hoje escondido", afirmou.
"O ministério mais demandado, mais procurado e onde há mais programas para os prefeitos é o Ministério das Cidades, que foi nosso parceiro na recepção dos prefeitos. [...] No Ministério das Cidades houve um ordenamento de R$ 1,3 milhão que eu não estava a par", disse Múcio.
Segundo a assessoria da Secretaria de Assuntos Federativos, do Ministério das Relações Institucionais, todos os ministérios, além do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, estavam envolvidos na organização e financiamento do encontro de prefeitos.
Apesar de ser a responsável pela realização do encontro, a secretaria ainda não tem os gastos feitos pelos demais ministérios. Por isso, há a possibilidade de o custo com o encontro ser ainda maior.
A secretaria justificou os gastos pelo fato de os prefeitos terem aderido ao encontro. O governo esperava cerca de 10.000 pessoas e cerca de 15.300 se inscreveram. Somente prefeitos, eram esperados cerca de 3.500 e foram 5.300.
Ação
O encontro de Lula com prefeitos foi alvo de uma ação do PSDB e do DEM contra o presidente e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) por suposta propaganda eleitoral antecipada.
Os partidos sustentam, na ação, que Lula e Dilma usaram o encontro para divulgar a pré-candidatura da petista ao Palácio do Planalto.