postado em 22/02/2009 11:06
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a oposição ajudou a reforçar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Lula usa os recursos ajuizados por PSDB e DEM no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ; nos quais acusam a ;mãe do PAC; de campanha eleitoral antecipada ; a fim de justificar a tese. Para o presidente, os oposicionistas deram mídia gratuita à ministra, contribuindo para a sua exposição em público, ao reagir na Justiça. Além disso, teriam revelado preocupação com a desenvoltura crescente da adversária, fortalecendo-a para as negociações de alianças.
;A oposição, ao precipitar uma campanha antes da hora, está trabalhando pela Dilma. Está associando a imagem da ministra à do governo e à do presidente Lula;, diz o ministro de Comunicação Social, Franklin Martins. A associação seria benéfica, uma vez que Lula registra recordes sucessivos de aprovação popular. ;Está dando tiros nos dois pés;, acrescenta Martins. Auxiliares de Lula também agradecem a entrevista à revista Veja do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), cotado como possível vice de eventual chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Sobretudo o trecho em que o parlamentar tacha o Bolsa Família ;de o maior programa oficial de compra de votos do mundo;.
A declaração foi guardada com carinho. Pode ser usada na campanha para sugerir a disposição dos tucanos de acabar com o Bolsa Família e a transferência direta de renda para 11 milhões de famílias. Ou cerca de 21% da população brasileira. ;A oposição não defendeu o Bolsa Família nas eleições presidenciais de 2006? Há uma certa dubiedade no discurso;, provoca outro ministro do Planalto.
Reação
Em avaliações reservadas nos últimos dias, caciques do PSDB concluíram que Dilma tem chances de terminar o ano com até 30% das intenções de voto. Por isso, o partido pretende acelerar a escolha do seu candidato, possivelmente por meio de prévias, entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves. ;Acho que o partido tem que tomar a iniciativa de não olhar para o seu umbigo;, diz o presidente da legenda, senador Sérgio Guerra (PE).
O PSDB, por exemplo, já adianta sua postura em relação ao Bolsa-Família: o programa será mantido em caso de vitória da oposição em 2010, mas com mudanças. O discurso está pronto: foram os tucanos que criaram esse tipo de iniciativa. ;Não dá para tapar o sol com a peneira. Quem criou o programa de transferência de renda com recursos públicos foi o PSDB, com Fernando Henrique Cardoso. Antes, o programa tinha a reciprocidade: o dinheiro de um lado e quem recebia se comprometia com educação, com o futuro, para não depender dos recursos.;