Politica

Permanência de policiais federais ligados a Paulo Lacerda é alvo de reclamações

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postado em 24/02/2009 15:38
O delegado Paulo Lacerda tombou, mas conseguiu assegurar o emprego de um grupo de colegas policiais cedidos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). São pelo menos sete servidores da Polícia Federal que se sustentam no órgão subordinado à Presidência da República graças a um entendimento costurado entre o delegado e o general Jorge Armando Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A permanência deles, no entanto, é motivo de insatisfação interna.

A grita tem um alvo preferencial: Maria do Socorro Tinoco. Ex-diretora de Pessoal da PF, a delegada acompanhou Lacerda com a missão de pilotar a recém-criada Corregedoria-Geral, que só passou a existir com a reestruturação da Abin em abril passado. A corregedora é auxiliada pelos delegados Gilson Campos, coordenador de Pareceres, e Paulo Linhares, coordenador de Disciplina.

A chegada do trio foi encarada como uma intervenção. Mal iniciou o trabalho, seus métodos começaram a ser questionados. Um memorando encaminhado pela Corregedoria-Geral, em 19 de janeiro, a todos os setores da agência, fez subir o tom das reclamações. No documento, Maria do Socorro pede informações para apurar denúncia sobre funcionários que não estariam cumprindo a jornada regular de trabalho, além de outras irregularidades administrativas. ;Há servidores que nem se sabe se são, ainda, efetivamente, servidores do quadro, em razão da irregularidade de seus comparecimentos;, afirma.

Um dos alvos da corregedora é o oficial de inteligência Nery Kluwe. Ex-presidente da associação de servidores da categoria, a Asbin, ele recorreu à Justiça Federal para tentar trancar procedimentos disciplinares por suposto abandono de trabalho. Também pede a reparação por eventuais danos morais ao que considera abuso de autoridade por parte da delegada Maria do Socorro.

Trunfo
As divergências começaram a se tornar públicas no esteio da Operação Satiagraha, ação da PF contra o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity. O aval do então diretor da Abin, Paulo Lacerda, para que servidores cooperassem com a investigação se tornou um trunfo dos críticos aos novos métodos da Corregedoria. Não à toa, Nery Kluwe foi um dos primeiros a revelar publicamente a maciça participação dos arapongas na apuração conduzida pela polícia ; e a pedir a cabeça de Lacerda.

A Satiagraha escancarou um racha dentro da PF ; de um lado, os lacerdistas e do outro, os aliados do atual diretor, Luiz Fernando Corrêa. Sem clima para que os policiais que continuam na Abin retornem à casa de origem, Lacerda entrou em campo para garantir a permanência deles na agência.

Procurado pelo Correio, o diretor interino da Abin, Wilson Trezza, informou, por meio da assessoria de imprensa que, ;diferentemente de eventual insatisfação, a permanência da delegada Maria do Socorro na agência representa segurança e tranquilidade E isso decorre do fato de a equipe (de corregedores) ser especialista em trabalho de correição, com experiência para treinar os quadros da Abin;.

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