postado em 25/02/2009 18:26
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) criticou em Plenário, nesta quarta-feira (25), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por se preocupar demasiadamente, em sua avaliação, em adotar medidas que, sem atacar devidamente os problemas econômicos causados no país pela crise financeira mundial Entenda o assunto , visam muito mais a eleger um sucessor nas eleições de 2010.
"O momento exige medidas efetivas, menos discurso, menos palanque e mais realismo. O mundo está perplexo, contendo despesas e elegendo prioridades. Aqui no Brasil, o governo Lula não pode ser impulsionado pelas eleições de 2010, não pode fazer ações para perpetuar seu nome na História. Não pode deixar de governar com austeridade e competência porque tem que plantar um candidato que lhe interessa para a sua sucessão", disse a senadora.
Marisa Serrano comentou o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, proferido na terça-feira (24) no Congresso norte-americano, no qual ele apresentou sua proposta de trabalho para o ano. A senadora lametou que os presidentes brasileiros não tenham esse hábito. Ao ressaltar que Obama iniciou seu discurso falando das pessoas, "de como salvar pessoas e empregos", ela criticou a forma pela qual Lula vem enfrentando a crise, baseada, segundo afirmou, na "criação de cortinas de fumaça" e na adoção "da famosa agenda de falar por todos, inclusive fazendo oposição a si mesmo".
"Se os juros estão altos, o presidente Lula está lá para criticar os banqueiros. Se as empresas demitem, a culpa é dos empresários insensíveis. Se caem as exportações, a culpa é atribuída aos países desenvolvidos", afirmou.
Ao tratar da atual conjuntura econômica do país, Marisa Serrano alertou para o crescimento de 20,6% do desemprego em janeiro em comparação com dezembro do ano passado. Ela chamou a atenção ainda para as estimativas de queda, em Mato Grosso do Sul, de aproximadamente 15% na produção de algodão, de 5,7 %, na de arroz, de 6%, na de milho e de 7%, na de soja.
A senadora comentou ainda matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, na terça-feira, revelando a perda de faturamento no setor sucroalcooleiro de R$ 10 bilhões nos últimos anos, devido à queda de preços internacionais.
"Vamos exportar menos, gerar menos empregos e crescer quase nada. Essa realidade, para um estado como Mato Grosso do Sul, indica problemas graves não apenas para as contas estaduais e municipais, mas principalmente para as federais", disse Marisa Serrano.