postado em 26/02/2009 17:20
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pretende manter-se no comando do PMDB, mas afastar-se temporariamente da linha de frente do partido. A ideia é transmitir a presidência da legenda por tempo indeterminado para a deputada Íris Araújo (PMDB-GO) --primeira-vice-presidente do partido e mulher do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). Mas ainda não há data para isso ocorrer. A decisão afasta disputas internas no partido e tenta consolidar a legenda para as eleições de 2010. Na prática Temer preservará o comando da legenda, mas não terá de responder por questões burocráticas. O objetivo é que ele retome a legenda sempre que necessário --quando houver impasses envolvendo nomeações e indicações ou críticas, como ocorreu recentemente com a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
No mais, Iris Araújo comandará o partido. No entanto, o assunto não é tratado como prioridade pela legenda.
Paralelamente, Temer e seus aliados articulam para desmentir as informações que ele atua para se consolidar como opção a vice-presidente da República em uma eventual chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial.
Segundo aliados, essa hipótese inexiste no momento. Cogitar a possibilidade, de acordo com os parlamentares ligados a Temer, seria enfraquecê-lo politicamente, uma vez que mantém uma relação cordial com os integrantes da base aliada do governo federal e também com a oposição.
Manter Temer na presidência do PMDB, segundo os integrantes da legenda, é fundamental. Para os integrantes da Executiva Nacional do PMDB, ele reúne as qualidades de interlocutor com o governo e bom relacionamento da oposição, além de função estratégica para as eleições em 2010 --ocupando a presidência da Câmara, que é a segunda opção na linha sucessória no caso das ausências do presidente da República e do vice-presidente.
Internamente, no partido, a manutenção de Temer no comando do PMDB também afasta momentaneamente outras dificuldades, como o lançamento de mais uma disputa no partido que é bastante dividido.
No PMDB, internamente, os grupos se digladiam entre os aliados do presidente da Câmara, do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que também são ligados ao presidente do Senado, José Sarney (AP), e os chamaos independentes.
Com Temer na presidência também fica encerrada uma possível disputa pelo cargo envolvendo os aliados de Renan que lançaram o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), para a função e um outro grupo que sugeriu o nome do deputado Eunício Oliveira (CE).