postado em 10/03/2009 11:20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende transformar em ministério a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, assim como as secretarias de pesca e direitos humanos. O pronunciamento ocorreu durante abertura de seminário realizado pela secretaria coordenada por Nilcéa Freire para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Lula justificou a medida como forma de garantir maior liberdade orçamentária à pasta e disse que o status de ministério ajuda na elaboração e na execução de políticas públicas. ;Se um dia alguém achar que tem ministério demais e quiser acabar, que ouse (extinguir ministérios).; A proposta foi aplaudida de pé por cerca de 350 mulheres que participaram do evento, no auditório do memorial JK.
;Nunca me senti tão minoria. Parecia um verdadeiro papagaio de pirata;, afirmou o presidente Lula ao observar a plateia e a composição exclusivamente feminina das autoridades no palco. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também participou do evento, mas não discursou. ;Eu até tinha pedido para a Dilma vir me representar, porque eu estou com umas tarefas hoje.; O presidente, no entanto, afirmou que mudou de ideia para não afirmarem que ;tudo o que ela fizer daqui para frente é política;. A ;mãe do PAC; é a candidata cotada pelo Planalto para concorrer às eleições presidenciais em 2010.
Durante o evento, a secretaria lançou o Observatório Brasil de Igualdade de Gênero, com o intuito de monitorar as políticas implementadas no país para garantir os direitos das mulheres. A pasta homenageou ainda 11 mulheres, entre as quais a senadora Serys Slhessarenko (PT ; MT), a presidente da União Nacional do Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, e a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie. Em discurso emocionado, Gracie apontou o baixo número de mulheres no Judiciário, assim como nos demais poderes o que, segundo a ministra, contraria a percepção popular de que elas são mais difíceis de ;sucumbir às tentações do poder;.
A fala do presidente sobre a reação da Igreja Católica diante do aborto de uma menina de 9 anos, vítima de estupro, também recebeu o apoio da plateia. ;Como cristão eu sou contra o aborto, mas como chefe de Estado eu tenho que tratar (o aborto) como uma questão de saúde pública;, afirmou o presidente diante do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que também participou da abertura do seminário. O evento Mais Mulheres no Poder: uma questão de democracia termina hoje.