postado em 10/03/2009 18:15
A deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS) apresentou nesta terça-feira ao corregedor da Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), sua defesa em relação à representação movida pelo líder do PSDB, José Aníbal (SP).
Ela afirma que agiu dentro das atribuições de seu cargo parlamentar ao denunciar, no último dia 19, que seu partido teve acesso a fitas de vídeo e áudio que mostram a prática de caixa dois na campanha do PSDB ao governo gaúcho e o envolvimento direto de Yeda com o desvio de dinheiro do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
"Não tive interferência no processo. Tive acesso às denúncias, e as tornamos públicas depois da morte misteriosa de Marcelo Cavalcante [ex-chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília]", afirmou a deputada após entregar sua defesa à Corregedoria.
Para ela, as circunstâncias da morte de Cavalcante são "obscuras", já que ele daria depoimento no Ministério Público Federal, na forma da delação premiada, na primeira semana de março.
"Luciana denunciou o crimes de corrupção, contra a administração pública. Ela cumpriu sua obrigação, com disciplina e responsabilidade, como parlamentar, que deve, entre outras coisas, fiscalizar os atos do Executivo", afirmou a presidente do PSOL, Heloísa Helena.
No documento, a parlamentar contesta a afirmação do deputado do PSDB de que ela deve ser cassada independentemente da existência de provas de suas acusações, e recomenda que a Corregedoria solicite essas provas ao Ministério Público Federal.
Segundo Luciana, a maior prova de que as provas são verdadeiras é que a própria governadora não pediu a quebra do sigilo do processo, já que estaria interessada em "desmentir as calúnias".
A deputada apresentou sua defesa à Corregedoria acompanhada de Heloísa Helena, do líder do partido na Câmara, Ivan Valente (SP), e do deputado Chico Alencar (RJ).