postado em 11/03/2009 16:47
Contrariada com as críticas da oposição, que sugeriu a formação de um gabinete de crise para enfrentar a turbulência na economia a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não conteve as estocadas nos adversários. "Essa política de gabinete de crise é de quem não segurou a barra e teve apagão", reagiu Dilma, numa referência à falta de energia no governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). Na época, o PT costumava chamar os problemas enfrentados nessa área de "apagão do planejamento".
Em entrevista concedida após fazer uma exposição na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre as reservas do pré-sal, Dilma afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "todo comprometido" com o combate à crise. "Não tem uma parte do governo que olha a crise e outra que não olha", afirmou. Questionada se achava que o debate estava contaminado pelo clima eleitoral, a chefe da Casa Civil - pré-candidata à sucessão de Lula - disse ver uma "diferença de concepção" entre petistas e tucanos. "Acho que é diferença de concepção mesmo", reforçou. "Não é possível que a gente fique vendo debate eleitoral em tudo, gente! Pelo amor de Deus!
Para Dilma, os adversários que sugerem um gabinete de crise querem reproduzir algo que não deu certo. "É a visão do apagão, minha filha", provocou ela, dirigindo-se a uma repórter. "Havia uma crise de energia elétrica no Brasil e fizeram um gabinete de crise. Agora, querem reproduzir isso sempre, mas hoje o Brasil inteiro tem que se voltar para o combate à crise", insistiu a ministra.