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Dirceu defende Dilma e diz que governos tucanos não criaram gabinete de crise

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O ex-ministro José Dirceu saiu em defesa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), criticada ontem pelo PSDB por rejeitar a instalação de um gabinete de crise para a economia. Em seu blog, Dirceu disse que a proposta era típica de tucanos, que "até agora não apresentaram ao país, ou ao Congresso Nacional, nem uma mísera lei ordinária, ou uma simples medida para o país enfrentar essa turbulência". Dirceu afirmou ainda que os Estados governador por tucanos são os mais afetados pelo crise e deu como exemplo São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul --administrados por José Serra, Aécio Neves e Yeda Crusius, respectivamente. "Pior, nos Estados que governam, os mais afetados pela crise, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, não formaram nenhum "gabinete de crise´ e muito menos tomaram alguma decisão de peso. Sequer convocaram a sociedade ou a oposição para discutir a crise", disse Dirceu. Dirceu também alfinetou Serra e Aécio pela demora na apresentação de medidas anticrise. "Esperaram exatos seis meses para apresentar pífios planos anticrise, e ainda por cima, cópias dos adotados pelo governo federal --mas pífios, porque menos arrojados e em escala muito menor." Troca de farpas O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), rebateu ontem Dilma, que descartou a necessidade de criar um gabinete para gerenciamento da crise. Guerra disse que Dilma estava equivocada. "Não é propósito do PSDB criar dificuldades para o governo. Mas o fato é que o governo não consegue ter foco no gerenciamento da crise. A própria ministra tem duas grandes tarefas: a de cuidar do PAC, que é um saco de problemas, e a de cuidar da sua própria campanha", disse Guerra em nota distribuída por sua assessoria. "Melhor seria um gabinete que tivesse liderança, estratégia e projeto real para desenvolver o enfrentamento da crise.". Dilma disse mais cedo que a ideia de criar gabinete de crise era coisa da oposição e alfinetou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Gabinete da crise, não existe isso. Quem faz o acompanhamento da crise é o governo inteiro, não tem uma parte do governo que olha a crise e outra parte que também olha a crise. Essa é a visão do apagão, que você tinha uma crise de energia elétrica e aí querem reproduzir isso sempre", disse a ministra. Guerra disse que FHC não fez como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a chamar a crise econômica de "marolinha".