postado em 13/03/2009 20:05
O ex-ouvidor da Segurança do governo Yeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, Adão Paiani, apresentou nesta sexta-feira denúncias do uso de um programa exclusivo da Secretaria de Segurança Pública para fazer interceptações telefônicas ilegais contra integrantes do próprio governo. As supostas provas foram entregues hoje a tarde à OAB-RS (Ordem dos Advogados do Brasil), que ainda não se pronunciou sobre o seu conteúdo.
De acordo com as denúncias, as gravações --de cerca de 30 minutos, reunidas em um CD-- revelam o uso do sistema da secretaria para realizar "pressão política" e tráfico de influência dentro do governo Yeda. A OAB afirmou que deve se pronunciar apenas na segunda-feira (16), após analisar os áudios.
Por meio de sua assessoria, a Secretaria de Segurança Pública afirmou desconhecer o teor das denúncias apresentadas pelo ex-ouvidor. Ainda segundo a secretaria, as escutas feitas por meio do sistema Guardião --supostamente usado para fazer os grampos-- são autorizadas judicialmente.
Paiani foi exonerado na segunda-feira (9) do cargo no governo e, segundo a secretaria, não havia apresentado suas denúncias internamente. A assessoria da secretaria afirma que a exoneração do ouvidor foi motivada por uma reestruturação e não tem relação com as denúncias apresentadas hoje.
Mesmo sem ter comprovação de que as denúncias sejam verdadeiras, o secretário de Segurança Pública, Edson Goularte, autorizou a abertura de um inquérito pela Polícia Civil para apurar as denúncias feitas por Paiani.
A bancada do PT na Assembleia Legislativa também se manifestou a respeito das declarações de Paiani e pretende convocar o ex-ouvidor a prestar esclarecimentos na Casa. *Denúncias* Além das denúncias apresentadas nesta sexta-feira, Yeda também enfrenta outras suspeitas de irregularidades apresentadas recentemente pelo PSOL contra o seu governo. De acordo o partido, que não apresentou provas, documentos comprovam a utilização de caixa dois na campanha que elegeu a tucana em 2006.
O caso será investigado pela Polícia Federal, que já abriu inquérito a pedido do Ministério Público Eleitoral. A governadora nega as denúncias.