Politica

Sarney quer virar a página das denúncias sobre irregularidades internas no Senado

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postado em 15/03/2009 09:01
Um mês e meio depois de sua eleição para a Presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP) anda desencantado com o cargo. Passa o tempo às voltas com denúncias de irregularidades no pagamento de horas extras, na ocupação de imóveis funcionais e outros temas administrativos. Coisas que, para ele, são assuntos menores. As iniciativas que ele preza, como a comissão especial para discutir a crise econômica, ganharam pouco destaque na mídia. ;O Sarney reclama que foi eleito para um papel de estadista e tem uma vida de síndico;, conta um de seus mais próximos aliados. Sarney teve de se acostumar até a um ritual que detesta. Ser parado para entrevistas nos corredores da Casa. Ao assumir, o parlamentar, que consagrou a expressão ;liturgia do cargo; quando ocupou a Presidência da República, disse que daria menos entrevistas do que seu antecessor, o verborrágico Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Sarney prefere falar em condições mais organizadas, de preferência sentado em seu gabinete. Mas foi em pé, cercado por microfones, que fez um desabafo público: ;O Senado está sendo boi de piranha;. Foi uma referência à avalanche de denúncias dos últimos dias. Para o experiente senador, não foi nada fácil demitir o amigo Agaciel Maia da Diretoria-Geral. Os dois têm uma relação de décadas. Foi Sarney quem o levou ao comando da administração do Senado. Alvo de acusações nos últimos meses, Agaciel chegou a ser tema da campanha para a Presidência do Senado. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse que não votaria em Sarney por saber que ele não mexeria no então diretor-geral. Agaciel acabou caindo depois da acusação de que escondera a posse de uma casa avaliada em R$ 5 milhões.

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