postado em 22/03/2009 08:46
Sexta-feira passada, pela manhã, horas antes de o Senado anunciar o fim da Diretoria de Apoio Aeroportuário, o servidor Francisco Carlos Melo Farias, responsável pelo departamento, cumpria mais um dia da rotina de "diretor de check in".
Em tese, a função dos sete funcionários chefiados por Farias era facilitar a vida dos senadores, providenciando os embarques, encontrando vagas em voos, conseguindo transferências de última hora. Na prática, ocupavam-se mais dos parentes e amigos dos senadores do que dos próprios parlamentares, que já costumam chegar com tudo pronto para o embarque.
Funcionários de companhias aéreas que operam em Brasília apelidaram Farias de "diretor de fura-fila". A equipe do Senado costuma furar qualquer tipo de fila, inclusive a de passageiros, com privilégios concedidos pelos programas de fidelidade.
Longe do aeroporto, outro servidor viu, também na sexta-feira, chegar ao fim o status de diretor. Encarregado de zelar pelos três blocos ocupados por senadores na quadra 309 sul do Plano Piloto, com 70 apartamentos funcionais, o servidor Elias Lyra Brandão passou de síndico a "diretor de fantasia" por um ato da Comissão Diretora, de 2004, liderada pelo então presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Lyra foi um dos 50 diretores rebaixados por decisão do primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI).